Sábado, 30 de abril de 2016.
Segundo a professora Alcina França, o fóssil pertence a um dinossauro da
família Titanossauro, que viveu na região de Sousa há cerca de 130 milhões de
anos.
Fóssil foi analisado e identificado por pesquisadores da
UFPE
Pesquisadores da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) confirmaram, nessa quinta (28), que
um osso encontrado em 2014 na região de Sousa, no Sertão paraibano, a 443 km de
João Pessoa, é um fóssil pertencente a um dinossauro da família Titanossauro, um
animal quadrúpede, de pescoço longo, cabeça pequena e de grande tamanho e peso.
O animal viveu há cerca de 130 milhões de anos e o achado é um dos mais antigos
e importantes registrados no Brasil.
O fóssil
foi descoberto por um morador de Sousa, que divulgou o achado e foi contactado
pelos pesquisadores pernambucanos. Chegando a Sousa, os pesquisadores
recolheram o fóssil e o levaram para análises em um laboratório da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE).
“Quando
chegamos a Sousa, o fóssil estava aflorando na superfície. Pelas
características, o fóssil tem idade estimada entre 120 milhões e 130 milhões de
anos. O dinossauro era jovem, vivia na região e morreu nas proximidades do Rio
Piranhas. O rio acabou desarticulando esses ossos e o preservando por todo esse
tempo”, contou a geóloga, paleontóloga e professora da UFPE, Alcina França.
A professora,
que participou da retirada do fóssil em Sousa e das análises na UFPE, contou
que o osso é de uma fíbula do animal e que a extremidade do fóssil estava bem
conservada, fato que ajudou na identificação do dinossauro.
“Conseguimos
identificar o animal pelas características morfológicas. O fóssil é de um
titanossauro, que está entre dinossauros muito grandes, quadrúpedes, de pescoço
longo e cabeça pequena. Esse é um dos maiores achados do Brasil, tanto pelo
período do fóssil, que data do cretáceo inferior, quanto pelo valor histórico,
já que Sousa é uma região onde existem várias pegadas de dinossauros, mas o
achado de ossos é bastante raro”, disse a professora, ao Portal Correio.
Desde a
quarta-feira (27), o fóssil foi devolvido para Sousa e está em guarda do Complexo Turístico Vale dos Dinossauros, mas não
será posto em exibição ao público. Ainda segundo a professora Alcina França, a
região de Sousa é rica e abriga um dos mais importantes sítios paleontológicos
do mundo, mas precisa ser mais estudada por pesquisadores.
“Esse foi
o primeiro fóssil corporal descrito em Sousa. É a primeira ocorrência de um
titanossauro no Nordeste e um dos fósseis mais antigos do Brasil. Sousa é uma
região importante e merece muitos estudos e pesquisas científicas para encontro
e identificação desses répteis”, concluiu a professora.
A análise
do fóssil de Sousa vai ser publicada em uma revista internacional especializada.
Por Halan Azevedo