Quinta-feira, 19 de maio de 2016.
Violência sexual é 18,9% das ocorrências dos
Conselhos Tutelares de JP.
Maioria das vítimas na Paraíba está na faixa etária de 12 a 14 anos.
Maioria das vítimas na Paraíba está na faixa etária de 12 a 14 anos.
Imagem ilustrativa
O Disque 100 recebeu 116 denúncias de violência sexual
contra crianças e adolescentes na Paraíba nos quatro primeiros meses de 2016.
Do total das vítimas, 88 são meninas e 39, meninos. Em 32 casos, o sexo das
vítimas não foi informado. Foram 36 denúncias em janeiro, 20 em fevereiro, 35
em março e 25 em abril. Os dados são da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República. Esta quarta-feira (18) marca o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente.
A maioria das vítimas na Paraíba (51) está na faixa
etária de 12 a 14 anos. Outras 32 têm de 15 a 17 anos. Também foram registradas
denúncias de violência sexual contra crianças de 8 a 11 anos (24), de 4 a 7
anos (17) e de 0 a 3 anos (19). Outras 16 denúncias não tiveram informações
sobre idades das vítimas.
Nas denúncias que têm informações sobre suspeitos, 77
são homens e 30 são mulheres. Os suspeitos são principalmente as mães das
vítimas (27), vizinhos(as) (17), pais (16) e padrastos (13).
Na Paraíba, também há registros de suspeitos que são
tios(as) (11), desconhecidos (11), namorados(as) (5), amigos(as) (5),
irmãos(ãs) (5), cuidadores(as) (5), avós (3), companheiros(as) (2),
diretores(as) de escola (2) e avôs (1). Em outros 97 casos, a relação dos
suspeitos com as vítimas não foi informada.
Em 2015, o Disque 100 recebeu 576 denúncias na Paraíba,
sendo 188 no primeiro quadrimestre. No ano anterior, houve ainda mais
denúncias. Foram 616 ao longo de 2014, sendo 201 no primeiro quadrimestre.
Desde 2011, 2013 foi o ano com o maior número de casos, 947.
Conselhos
Tutelares
Em João Pessoa, 18,9% das ocorrências
remetidas a cinco dos Conselhos Tutelares da cidade no período de junho de 2012
até junho de 2015 foram de violência sexual. Os dados são do Relatório
Diagnóstico das Ações de Enfrentamento às Violações Contra Crianças e
Adolescentes a Partir dos Conselhos Tutelares da Cidade de João Pessoa que terá
mais detalhes divulgados no próximo dia 24.
A análise foi coordenada pela Casa Pequeno Davi, com a
parceria da Concern Universal e Amazona – Associação de Prevenção à Aids,
cofinanciamento da União Europeia e apoio da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), por meio do Núcleo de Pesquisas e Estudos sobre o Desenvolvimento da
Infância e Adolescência (Nupedia).
De acordo com um dos coordenadores do estudo, Ronildo
Monteiro, para realização do diagnóstico foram analisados os cadernos e livros
de registro de junho de 2012 até junho de 2015. Os dados são oriundos dos
Conselhos da Região Sudeste, da Região Mangabeira, Região Sul, Região Norte e
Região Praia.
Atividades do setor público
O Governo do Estado, por meio da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), participou, na tarde
desta quarta-feira (18), de uma mobilização no Ponto de Cem Réis organizada
pela Rede Interinstitucional de Enfrentamento do Abuso e da Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes (Redexi). Na ocasião, foi divulgado o Disque
Estadual 123, que atende denúncias de todo tipo de direito violado de forma
sigilosa.
“Estamos realizando várias atividades neste mês de maio
para alertar a população sobre a importância de denunciar e ajudar a enfrentar
a exploração sexual que acomete crianças e adolescentes em todo o Brasil. Nesta
quarta, estivemos em escolas falando para professores e adolescentes sobre o
que é a exploração sexual e os sintomas que a vítima pode apresentar, além de
também participar da mobilização no Ponto de Cem Réis”, informou Cristina
França, coordenadora das Ações Estratégicas de Enfrentamento da Violência
Sexual Contra Criança e Adolescente da Sedh.
Ela destacou ainda que em todo o estado estão
acontecendo atividades realizadas por meio dos Centros de Referência
Especializados da Assistência Social (Creas), regionais e municipais, além de
visitas a escolas (públicas e privadas), rodas de conversas e palestras que têm
como objetivo orientar a população sobre uma das piores formas de violência
sexual, que se configura na exploração sexual.
Do G1 PB