Terça-feira, 28 de junho de 2016.
Janot disse que a Lava
Jato é a “maior e mais profunda” investigação de combate à corrupção da
história do país. No entanto, segundo ele, o fim dos desvios não depende
somente dos procuradores e juízes
Procurador-geral da
República, Rodrigo Janot
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta
segunda-feira (27) que a Operação Lava Jato não “salvará o Brasil” da corrupção
sem partipação popular. Janot participou no início da noite da abertura de um
seminário sobre grandes casos de corrupção julgados no país e na Itália.
No discurso de abertura, o procurador disse que a Lava Jato é a “maior e mais
profunda” investigação de combate à corrupção da história do país. No entanto,
segundo o procurador, o fim dos desvios de dinheiro público não depende somente
dos procuradores e dos juízes.
“Não chegaremos ao fim dessa jornada pelos caminhos do Ministério Público ou do
Judiciário. Esses são peças coadjuvantes no processo de transformação e de
aprofundamento dos valores republicanos. A Lava Jato, por si só, não salvará o
Brasil, nem promoverá a evolução do nosso processo civilizatório”, disse Janot.
No discurso, o procurador-geral também disse que existe atualmente no Brasil um
ambiente favorável ao fim da impunidade e que retrocessos não serão tolerados
pelo Ministério Público.
“Hoje, algumas vozes reverberam o passado e ensaiam a troca do combate à
corrupção por uma pseudoestabilidade, a exclusiva estabilidade destinada a
poucos. Não nos sujeitaremos à condescendência criminosa: não é isso que o
Brasil quer, não é disso que o país precisa”, disse.
Ministro da Justiça
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Morais, também discursou na
abertura do seminário e disse que o governo apoia as mudanças legislativas de
combate à corrupção, como o projeto de lei denominado Dez Medidas contra a
Corrupção. A inciativa é baseada em dez pontos de alteração da legislação
atual, entre eles o aumento de penas para crimes relacionados com a corrupção e
a criminalização das doações não declaradas em campanhas eleitorais.
Morais também disse que defende mudanças na legislação sobre
improbidade administrativa. “Muitas vezes há dificuldade de comprovar algo que
é claro. Se o servidor público ganha 13 salários por ano, não pode ganhar um
tostão a mais, se a soma dos 13 salários é infinitamente menor do que o seu
patrimônio, ele que explique o seu patrimônio. É algo óbvio”,disse.
Por Agência Brasil