Segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Casos congênitos
confirmados foram 203 neste ano e 341 em 2015.'Não são os dados
reais, mas são os oficiais', diz SES sobre subnotificação.
Testes rápidos de sífilis são feitos na rede municipal de João Pessoa
(Foto: Ivomar Gomes/Secom-JP)
Foram confirmados 514
casos de sífilis congênita e em gestantes no ano de 2016 na
Paraíba, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Até 7 de novembro de 2016, foram confirmados 311 casos de
sífilis em gestantes, menos que em todo o ano de 2015, quando foram registrados
421 casos.
Se a incidência
permanecer nesta média até o fim do ano, 2016 deve ter a menor quantidade de
casos de sífilis desde 2011, último ano em que a Atenção Básica não
disponibilizou o teste rápido para detectar a doença, com 306 registros.
Apesar disso, a pasta mantém o alerta em todo o
estado diante da epidemia que o país enfrenta. “A gente não pode relaxar. A
sífilis é uma doença com a qual se tem que se ter muita cautela. Se a população
não usar preservativo, esses números podem multiplicar”, disse a chefe do Núcleo de DST/Aids da SES, Joanna Ramalho.
Em
relação aos casos congênitos, a SES contabilizou 203 casos em 2016 e 341 no ano
passado. Para Joanna Ramalho, essa diminuição é um reflexo do diagnóstico precoce da
doença nas mães, que leva ao tratamento oportuno das gestantes e de seus
parceiros, evitando a sífilis congênita.
“A SES avalia essa diminuição em decorrência de um trabalho
de sensibilização que está sendo feito aqui no estado para o enfrentamento da
sífilis, através de diálogos com os gestores e profissionais de saúde,
campanhas para que a população use camisinha nas relações sexuais, seminários,
palestras, tudo que leve informação para a população temos feito nos últimos
anos”, comentou Joanna.
Esses não são
os dados reais, mas são os oficiais"
Joanna Ramalho, chefe do Núcleo de DST/Aids da SES
Ainda assim, a SES não descarta a possibilidade de haver
subnotificação da doença. “É um sistema de informação, então a gente sempre
trabalha com a questão da subnotificação. Esses não são os dados reais, mas são
os oficiais”, declarou Joanna Ramalho. A notificação compulsória para casos de
sífilis congênita e em gestantes começou em 2007.
Tratamento
na rede municipal
A competência para o tratamento da sífilis na rede
pública é municipal. A Secretaria Municipal de Saúde de João
Pessoa (SMS) informou que está desenvolvendo
estratégias para o controle da sífilis em João Pessoa, investigando os casos e
intensificando as ações de prevenção nos serviços da rede municipal de saúde.
O tratamento para a sífilis é feito com a penicilina
benzatina, mas recomenda-se procurar um profissional de saúde para diagnóstico
correto e tratamento adequado, dependendo de cada estágio. Se a criança nascer
com sífilis congênita, ela deve ficar internada para tratamento por 10 dias,
necessitando realizar uma série de exames antes de receber alta.
De acordo com a coordenadora da Seção de DST/Aids da
SMS, Clarice Pires, os casos de sífilis vêm crescendo no país devido à falta de
penicilina no país, mas alguns grupos têm o tratamento priorizado. “A
prioridade para a realização do tratamento na rede pública está sendo para as gestantes
e seus parceiros sexuais para evitar a transmissão da sífilis congênita para o
bebê”, explicou.
Em João Pessoa, a testagem rápida para sífilis são realizadas nas Unidades de Saúde da Família
(USF) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no Centro de
Atenção Integral à Saúde (Cais) Jaguaribe. Já para o tratamento da doença, as
referências são: Instituto Cândida Vargas (ICV), Cais Cristo, UPA Oceania e UPA
Célio Pires de Sá, no Valentina Figueiredo.
Do G1 PB