Sábado, 18 de fevereiro de 2017
O
mamute-lanoso (Mammuthus
primigenius), uma das últimas populações da espécie que habitou a
terra, pode ser trazido de volta da extinção dentro de dois anos, disse o
cientista George Church, professor de genética da Escola de Medicina de Harvard
e um dos pais do Projeto Genoma Humano.
Os pesquisadores estão muito perto de criar um embrião
híbrido de elefante e mamute-lanoso, espécie que foi extinta há cerca
de 5.600 anos, segundo estudo publicado na revista científica PNAS.
Para trazer os animais de volta à vida, os cientistas estão usando
uma técnica chamada CRISPR, um novo método de edição genética que permite
"cortar e colar" cadeias de DNA. O material genético dos animais foi
extraído de carcaças congeladas.
George Church, um dos pais do Projeto Genoma Humano-Lisa Poole/AP
Os cientistas pretendem manipular as células da pele do elefante para
produzir o embrião, ou embriões múltiplos, usando técnicas de clonagem.
Os núcleos das
células reprogramadas seriam colocados em célula-ovo de elefante cujo próprio
material genético foi removido. Depois seriam artificialmente estimulados para
se desenvolverem em embriões.
Os pesquisadores
pretendem criar um embrião com as características do mamute --pelos longos,
grossas camadas de gordura e sangue adequado para vida em condições de frio
extremo. Posteriormente o embrião seria inserido em um útero artificial
para ser gestado.
RIA Novosti
Lyuba, filhote de mamute de 40 mil anos, é um dos
espécimes mais bem preservados que existem. Ela foi descoberta por um pastor de
renas da Sibéria e seus dois filhos, em 2007
Testes de laboratório já mostraram que as células funcionam normalmente
na combinação de DNA do mamute e do elefante asiático.
O anúncio foi
realizado durante o encontro mundial de cientistas da Associação Americana para
o Avanço da Ciência (AAAS), em Boston. Segundo Church, o animal seria uma
espécie de elefante com traços físicos de um mamute.
Em 2013, o
pesquisador declarou que é possível usar essa técnica para criar humanos
resistentes a vírus e até recriar os ancestrais do homem moderno,
os neandertais. O cientista afirmou que já
possuía DNA suficiente de fósseis para reconstruir o DNA de espécies
humanas extintas. O que faltava era apenas "uma mulher
corajosa".
Para os cientistas, o projeto pode ajudar a
preservar a população de elefantes ameaçados de extinção e ajudaria a combater
o aquecimento global.
A reintrodução de
mamutes em partes congeladas do planeta poderia impedir que o solo
descongelasse, uma vez que a neve sofreria perfurações, permitindo a entrada de
ar frio. No verão, a presença dos animais poderia ajudar a grama a florescer.
De acordo com os
cientistas, a reintrodução de mamutes na Sibéria poderia fazer com que as
temperaturas locais caíssem até 20ºC.
UOL