Domingo, 26 de março de 2017
Após voltar contra a terceirização de todas as atividades de uma
empresa, inclusive da administração pública, indo de encontro a orientação do
governo Temer, o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, do PMDB da Paraíba,
se prepara para rejeitar mais uma proposta articulada no Congresso Nacional e
que também tem como maior prejudicado os direitos conquistados pelo povo – o direito
de escolher um candidato. Trata-se da “lista fechada”.
Segundo o parlamentar, a proposta, se aprovada, vai golpear em cheio a
liberdade da população de votar em um candidato, passando a votar apenas em um
partido, cujos “donos” é que indicariam quem seriam os representantes do povo
na Câmara Federal.
“Sou terminantemente contrário. É você desconhecer que o eleitor faz a
opção sobre a linha de atuação de um parlamentar, de um candidato, para fazê-lo
em relação a um partido. E pior, se nós estivéssemos em uma normalidade
institucional, estivéssemos vivendo uma realidade em que a sociedade brasileira
acreditasse ou estivesse crendo nos que fazem a política, eu ainda seria
contra. Imagine hoje, onde todos nós, agentes políticos, no exercício ou não de
mandato, estamos sendo levados a completa descrença. Se você perguntar em qual
partido o eleitor brasileiro votou na ultima eleição, dificilmente você vai ter
de 15% a 20% que lembra. Não há mais identificação de legendas. Como é que você
pode pretender uma lista fechada em um país que tem legalizados quase 30
legendas, todas elas dizendo praticamente as mesmas coisas. Todas com cartas
programáticas quase com as mesmas linhas”, disse.
O ex-cabeludo lembra que os partidos são vistos, atualmente, como
verdadeiros cartórios e, caso a proposta prospere, dará a poucos o direito de,
democraticamente, ser escolhido e eleito.
“Hoje você já tem verdadeiros cartórios partidários. Com a lista fechada
você vai legalizar em definitivo que os partidos deixam de ser agremiações
democráticas abertas, para terem efetivamente donos. Hoje já se vê isso, mas
sem a legalização, sem a previsão legal. Com essa proposta alguns companheiros
dizem que as campanhas vão ser barateadas. Mas não é esse argumento de baratear
a campanha que vai melhorar, a Câmara diminuiu o tempo, doações de campanha e
isso só beneficiou quem já estava no poder e não barateou nada. Em nome desse
barateamento você vai golpear a liberdade que o cidadão tem de fazer a escolha
no candidato, levando-se em conta a postura, o comportamento , o histórico,
aquilo que defende o candidato, então sou terminantemente contrário a lista
fechada”, adiantou.
Conforme o parlamentar, ele também votará contra a reforma da previdência
com o atual texto que o governo tenta emplacar.
PB Agora