Domingo, 16 de abril de 2017
O
empresário Marcelo Odebrecht afirmou em delação premiada que Dilma Roussef e
Luiz Inácio Lula da Silva sabiam de doações não contabilizadas da empreiteira
para a campanha deles à Presidência da República, o chamado caixa 2.
O empresário disse que se encontrou com a ex-presidente Dilma em
2015 no México, e afirmou que fez um alerta sobre a possível contaminação que o
caixa 2 poderia causar à campanha dela por causa das investigações da Lava
Jato.
“No que tange à questão de caixa 2, tanto Lula quanto Dilma,
eles tinham conhecimento de um montante, não necessariamente do valor preciso,
mas tinham conhecimento da dimensão de todo o nosso apoio ao longo dos anos. A
Dilma, ela sabia, que grande parte do nosso apoio tava direcionado para João
Santana [responsável pelo marketing da campanha]. E especificamente em 2015, no
encontro que tive, já com a Operação Lava Jato deflagrada, tive consciência de
todos os depósitos que tinham sido feitos, eu mostrei a ela a quantidade que
poderia contaminar a campanha dela”, disse em um dos depoimentos da delação
premiada.
A divulgação dos depoimentos de executivos da Odebrecht,
prestados no fim do ano passado, foi autorizada na última quarta-feira (12)
pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Dilma Rousseff e Lula
Em nota, a ex-presidenta Dilma Roussef afirma que Marcelo
Odebrecht faltou com a verdade. Diz que nunca pediu recursos para a campanha ao
empresário e refuta o que chama de insinuações de que tenha beneficiado a
construtora. Dilma ainda declara que nunca manteve relação de amizade ou de
proximidade com o dono da empreiteira.
Pela rede social Facebook, o ex-presidente Lula divulgou nessa
quinta-feira trechos de uma entrevista concedida a rádio Metrópole em Salvador
em que diz encarar com naturalidade todas as acusações falsas que vem sofrendo
e afirma que o país não pode viver sob uma ditadura de um pequeno grupo do
Poder Judiciário.
EBC