Quarta-feira, 21 de junho de 2017
A Polícia
Federal enviou nesta segunda-feira (19) ao STF (Supremo Tribunal Federal)
relatório parcial do inquérito sobre o presidente Michel Temer (PMDB). Além
disso, a PF também pediu mais tempo para concluir as investigações. Com base
nas delações de executivos da JBS, Temer passou a ser investigado pelos crimes
de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
No relatório entregue nesta
segunda, a Polícia Federal aponta indícios de que Temer e o ex-assessor Rodrigo
Rocha Loures (PMDB-PR) cometeram o crime de corrupção passiva. Já com relação
às investigações sobre a suspeita de obstrução de Justiça, a PF pediu mais
cinco dias para concluir a apuração. Para os investigadores, é melhor que essa
parte do inquérito seja enviada ao STF quando a perícia técnica da gravação
feita pelo empresário Joesley Batista de uma conversa com Temer for concluída.
A expectativa é de que a perícia
no aparelho e no áudio entregue por Joesley ao Ministério Público seja
concluída ainda nesta semana. Depois que a PF concluir a investigação, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, terá cinco dias para oferecer
denúncia contra o presidente ou para pedir o arquivamento do inquérito.
Relembre o caso
Segundo Janot, Temer e o senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG) agiram em conjunto para barrar as investigações
da Operação Lava Jato. Ainda de acordo com o Ministério Público Federal, o
presidente deu “anuência” ao repasse de dinheiro a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para
que o deputado cassado não feche acordo de delação premiada. Desde que as
delações se tornaram públicas, o presidente tem rebatido todas as acusações e
dito que não atuou para beneficiar a JBS e nem teme delação premiada.
Além disso, Temer processou
Joesley Batista, dono da JBS, por calúnia, injúria e difamação. Interrogatório
No mês passado, o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF,
autorizou a Polícia Federal a interrogar Temer sobre os episódios narrados
pelos delatores da JBS. Segundo Fachin, porém, o presidente não era obrigado a
responder aos questionamentos.
A PF enviou, ao todo, 82
perguntas ao presidente, mas ele decidiu não responder e pediu o arquivamento
do inquérito. Segundo a defesa de Temer, as perguntas tinham como objetivo
“comprometer” o presidente e demonstravam “falta de isenção e de imparcialidade
por parte dos investigadores”.
Paraíba Já