Sexta-feira, 18 de janeiro de 2018
Nas
respostas enviadas à Polícia Federal hoje (18), o presidente Michel
Temer negou qualquer favorecimento à empresa Rodrimar S/A por meio da edição do
chamado Decreto dos Portos. O presidente também afirmou não ter
recebido doações, contabilizadas ou não, de empresas do grupo Rodrimar.
Temer também afirma não ter feito
qualquer pedido para que recebessem em seu nome valores em retribuição à edição
do decreto e critica as perguntas feitas pela PF no interrogatório. “Nunca
solicitei que os srs. Rodrigo Rocha Loures, João Batista Lima Filho ou José
Yunes recebessem recursos em meu nome em retribuição pela edição de normas
contidas no Decreto dos Portos. Reitero a agressividade, o desrespeito e,
portanto, a impertinência, por seu caráter ofensivo, também dessa questão, tal
como das anteriores”, escreveu.
Rodrigo Rocha Loures foi assessor
de Temer, João Batista Lima Filho é dono da empresa de engenharia Argeplan, e
José Yunes é amigo pessoal do presidente e trabalhou como seu assessor por
alguns meses.
O presidente também isenta os
ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência
da República, Moreira Franco, de responsabilidade sobre negociações para edição
do decreto. “Não repassei nenhuma orientação para os ministros Eliseu Padilha e
Moreira Franco sobre as matérias que deveriam ser tratadas e abrangidas pelo
Decreto dos Portos”.
Em outra das 50 respostas
enviadas à PF, Temer diz não ter recebido ofertas para acrescentar no decreto
dispositivos que beneficiassem determinadas empresas e afirma que agiria com
“enérgica repulsa” diante de tal atitude. “Não recebi nenhuma oferta de valor
para inserir dispositivos mais benéficos no Decreto dos Portos, ainda que em
forma de doação de campanha eleitoral. Em tal hipótese, minha reação seria de
enérgica repulsa, seguida da adoção das medidas cabíveis”.
Além de Temer, são investigados
no mesmo inquérito o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio
Celso Grecco e Ricardo Mesquita, donos da Rodrimar, empresa que atua no Porto
de Santos. Nas respostas enviadas, o presidente também disse não conhecer
Mesquita. Além disso, afirmou que encontrou Grecco na festa de um amigo e que
este não lhe fez nenhum pedido.
Após a abertura do inquérito, em
setembro do ano passado, a Rodrimar S/A declarou que nunca recebeu qualquer privilégio
do Poder Público e que o Decreto dos Portos atendeu a uma reivindicação de todo
o setor de terminais portuários do país. “Ressalte-se que não foi uma
reivindicação da Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não
foram totalmente contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de
regularizar a situação de cerca de uma centena de concessões em todo o país”.
Agência
Brasil