Quarta-feira, 04 de julho de 2018
Neymar comemora o gol marcado contra o México. Foto: Emamanuel Dunand/AFP
A discussão é tão antiga quanto
longa: quem irá substituir Lionel Messi e Cristiano Ronaldo na supremacia do
futebol mundial? Desde que começou a brilhar nos gramados brasileiros, e
principalmente desde que se transferiu para a Europa — primeiro no Barcelona,
depois no Paris Saint-Germain —, Neymar é apontado como um dos possíveis
sucessores da dupla de craques. E, pelo menos em Copas do Mundo, o rendimento
do camisa 10 do Brasil já é superior ao das duas estrelas.
Com
17 partidas pela seleção portuguesa em Mundiais, divididas em um total de
quatro participações (2006, 2010, 2014 e 2018), Crisitano Ronaldo balançou as
redes sete vezes e deu duas assistências — ou seja, participou diretamente de
nove gols, ou um a cada 1,9 partidas, em média. Messi, por sua vez, esteve nas
mesmas quatro Copas pela Argentina, entrando em campo 19 vezes. O atacante do
Barcelona anotou, ao todo, seis gols, além de sete passes para os companheiros
marcarem. A média, portanto, é de uma contribuição direta para tentos
argentinos a cada 1,5 jogos.
Já Neymar,
mais novo, está em sua segunda Copa do Mundo. Em nove jogos pela seleção
brasileira em Mundiais, o craque fez seis gols e distribuiu duas assistências,
sendo determinante em um gol a cada 1,1 partida. Analisando cada quesito isoladamente,
o atacante do PSG só perde na média de assistências para Messi: ele tem uma a
cada 4,5 jogos, contra uma a cada 2,7 partidas de Messi (Cristiano Ronaldo vem
bem atrás, com um passe para gol a cada 8,5 jogos). Na média de gols, vantagem
considerável para Neymar: um a cada 1,5 jogo, contra um gol a cada 2,4 partidas
de Cristiano Ronaldo, e um gol a cada 3,2 partidas de Messi.
Messi deixa o campo cabiscaixo após a eliminação da Argentina. Foto: Dylan Martinez/REUTERS
Neymar também
alcançou, nesta segunda-feira, contra o México, um feito inédito para os dois
astros. Em seu terceiro jogo mata-mata em Copas (antes, havia enfrentado Chile
e Colômbia, em 2014), o brasileiro conseguiu marcar seu primeiro gol em
partidas eliminatórias de Mundial. Cristiano Ronaldo, com seis aparições em
mata-mata — incluindo a disputa pelo terceiro lugar em 2006 —, e Messi, que
esteve em oito jogos eliminatórios (contando a final de 2014), sempre passaram
em branco nestes duelos decisivos. Vale lembrar, porém, que Messi foi escolhido
o melhor jogador da última Copa do Mundo.
Cristiano Ronaldo na eliminação de Portugal. Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
Não por acaso,
o desempenho de Neymar tem sido determinante para o caminho da seleção
brasileira na Rússia. O camisa 10 teve participação direta em 57,1% dos gols
(quatro em sete) brasileiros no torneio. Além de ter balançado as redes contra
o México e Costa Rica, o craque cruzou para Thiago Silva marcar de cabeça
diante da Sérvia e iniciou a jogada que terminou no gol de Firmino, após defese
de Ochoa, também contra o México.
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