Quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Pelo
menos R$ 64,8 milhões foram destinados à produção de vídeos para a internet e
dos programas eleitorais gratuitos, o que representa 49,7% do total
Levantamento está disponível no sistema Divulga Cand (Foto: USP Imagens/Fotos públicas)
A 12 dias do primeiro turno das
eleições, os candidatos a presidente da República já gastaram R$ 130,4 milhões,
segundo dados disponíveis no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelo
menos R$ 64,8 milhões foram destinados à produção de vídeos para a internet e
dos programas eleitorais gratuitos, o que representa 49,7% do total.
Nesse montante estão incluídas as
despesas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a candidatura
rejeitada pelo TSE, por causa da Lei da Ficha Limpa. Lula foi condenado em
segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do
triplex do Guarujá (SP). Está preso na Superintendência da Polícia Federal, em
Curitiba, desde abril.
A campanha de Lula declarou gastos
de R$ 19,1 milhões e arrecadação de R$ 20,6 milhões. Foram aplicados R$ 13,5
milhões na produção dos programas de rádio e televisão. No último dia 11
de setembro, o ex-presidente foi substituído por Fernando Haddad (PT),
que já aparecia nos programas iniciais do horário eleitoral gratuito. A
campanha de Haddad declarou despesas de R$ 450 mil, com impulsionamento de
conteúdo na internet.
Maiores
gastos
Até agora, o candidato que mais
gastou foi Henrique Meirelles, do MDB. Meirelles financia a sua própria
campanha: destinou R$ 45 milhões para as eleições. Ao TSE, a campanha de
Meirelles declarou despesas de 43,3 milhões, sendo R$ 24, 8 milhões para a
produção dos programas de rádio e televisão, mais R$ 5,8 milhões para criação e
inclusão de páginas na internet.
O candidato que mais arrecadou foi
o tucano Geraldo Alckmin, que concorre por uma coligação de nove partidos.
Conforme declaração publicada no portal do TSE, Alckmin recebeu R$ 51 milhões,
97,8% do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), constituído de
recursos orçamentários para o processo eleitoral.
A campanha tucana gastou R$ 42,9
milhões, sendo R$ 15,2 milhões destinados à produção dos programas de rádio e
televisão, bem como de vídeos. Outros R$ 14,6 milhões foram repassados para
candidatos aliados, R$ 6,9 milhões financiaram a confecção de material impresso
e R$ 2,5 milhões custearam os deslocamentos do candidato e assessores pelo
país.
Na outra ponta está o Cabo Daciolo
(Patri). Ele foi o candidato que declarou a menor arrecadação e o menor gasto:
R$ 9,1 mil arrecadados do financiamento coletivo e R$ 738 pagos para a empresa
de arrecadação como taxa de administração. Daciolo quase não tem feito
campanha. Optou por se recolher e rezar.
Fundo
especial
Líder nas pesquisas de intenção de
votos, Jair Bolsonaro (PSL), hospitalizado desde o dia 6 de
setembro, quando levou uma facada na barriga em Juiz de Fora (MG),
arrecadou R$ 998 mil, mas declarou à Justiça Eleitoral despesas de R$ 1,1
milhão.
Segundo os dados do TSE, R$ 347,5
mil foram destinados ao pagamento de serviços de terceiros, R$ 345 mil
repassados a outros candidatos do PSL e R$ 240 mil para produção dos programas
eleitorais.
A campanha de Ciro Gomes (PDT)
recebeu R$ 20,2 milhões – 99% do fundo especial – e gastou R$ 8,4 milhões.
Foram destinados R$ 2,4 milhões para impressão de propaganda eleitoral e R$ 2,2
milhões para produção dos programas de rádio e televisão. Marina Silva (Rede)
arrecadou R$ 7,2 milhões e gastou a metade desse total na campanha.
Conforme prestação de contas à
Justiça Eleitoral, o PSOL conseguiu R$ 6 milhões para a campanha de Guilherme
Boulos, 99% do fundo especial. O presidenciável gastou R$ 3,6 milhões no
processo eleitoral, sendo R$ 1,1 milhão na contratação de serviços de
terceiros.
O candidato do Podemos, Álvaro
Dias, declarou R$ 5,3 milhões arrecadados e R$ 5,7 milhões de despesas. Pouco
mais de 80% desse total foram usados na produção dos programas do horário
eleitoral gratuito. A campanha de Dias informou ainda gastos de R$ 1 milhão no
deslocamento do candidato pelo país.
A campanha do partido Novo
arrecadou R$ 2,8 milhões, sendo que R$ 100 mil doados pelo candidato João
Amoêdo. Até agora, o partido declarou despesas de R$ 887,3 milhões. José Maria
Eymael recebeu R$ 828 mil e gastou R$ 215,4 mil.
O fundo especial é a principal
fonte de financiamento das campanhas do PSTU e do PPL. João Goulart Filho (PPL)
arrecadou R$ 317,8 mil – 99% do fundo especial – e gastou R$ 209 mil, a maior
parte na produção do horário eleitoral. Vera Lúcia (PSTU) recebeu R$ 402,8 mil
– 99,3% do fundo especial – e gastou R$ 248,7 mil.
Fonte:
Agência Brasil