Quarta-feira, 17 de abril de 2019
O homem que matou a esposa na noite desta
segunda-feira (15) em um motel na BR-104, entre a saída de Campina Grande e a
cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, mandou mensagens no WhatsApp para o
irmão dele informando que matou a mulher e que iria se matar em seguida com um
revólver.
A conversa foi divulgada à TV Paraíba pelo irmão de Aderlon
Bezerra de Souza, de 42 anos, na manhã desta terça-feira (16). As capturas de
tela mostram que às 21h02 o homem mandou “Ei, matei Dayse, estou me suicidando
agora”. Em seguida ele liga duas vezes para o irmão e continua “Estou no parque
motel, suíte 24, agora não tem mais jeito. ‘Xau mano’”. O irmão ainda tenta
perguntar “com quem?” e Aderlon responde: “revólver”.
Para a
polícia, Aderlon planejou a morte da esposa. Ainda segundo o irmão dele, no dia
do crime o homem deu um abraço nele e na mãe, como estivesse se despedindo. O
casal deixa duas filhas, uma de 8 anos e outra de 17.
A delegada de
homicídios responsável pelo caso, Nercília Dantas, contou que os corpos de
Aderlon e de Dayse Ariceia da Silva Alves, de 40 anos, foram encontrados
vestidos, um ao lado do outro na cama da suíte 24 do motel.
Segundo a
delegada, o homem teria utilizado um revólver calibre 38 para atirar na boca da
mulher e, em seguida, deitou ao lado dela e atirou na própria boca. “A perícia
cadavérica é que vai afirmar quantos tiros foram exatamente em cada corpo”,
disse.
Casal estava separado
De acordo com
a polícia, o casal estava separado há 9 dias. Mas, segundo a família, Dayse e
Aderlon já não viviam na mesma casa há cerca de um ano, quando o homem decidiu
ir morar na casa da mãe dele.
Também em
depoimento à TV Paraíba nesta segunda, o irmão de Aderlon contou que o casal se
conheceu quando Dayse tinha apenas 15 anos. “Eles foram casados há 21 anos, mas
fazia um ano que estavam separados”.
“Desde que
ela deixou ele, ele estava em depressão e não aceitava o fim do relacionamento,
acompanhava tudo o que ela publicava nas redes sociais. Na sexta-feira (12),
foi o aniversário dela e eu fiquei monitorando ele o dia todo, já imaginando
que ele poderia fazer algo contra ela”, disse o irmão de Aderlon.
Investigações da polícia
À princípio,
a polícia acredita que Aderlon teria convidado a esposa para comemorar o
aniversário dela no motel onde o crime aconteceu. Na manhã desta terça-feira
(16), a delegada Nercília Dantas informou ao G1 que, pelas circunstâncias do
crime, o casal teria entrado no local em comum acordo.
“A gente não
tem informações de como ele planejou tudo porque não conseguimos desbloquear o
celular dele ainda. Eles foram juntos para o motel no carro dela. No local não
havia nenhum sinal de que ela teria entrado forçada”, explicou a delegada.
Ainda
conforme Nercília Dantas, na cena do crime tudo estava organizado. “A malinha
do trabalho dela estava na cadeira, a bolsa na mesa, os celulares arrumados em
outro ponto, então pela forma que o local estava, não tem indícios de que ela
entrou lá forçada, entraram em conjunto, mas isso de fato só será comprovado
após as investigações serem concluídas”, disse.
Funcionários do motel ouviram disparos
Ainda de
acordo com a polícia, o casal deu entrada no motel às 17h30 desta segunda (15).
Por volta das 20h, alguns funcionários do local escutaram um barulho como de um
tiro. Cerca de uma hora depois, às 21h, quando Aderlon mandou mensagem para o
irmão dele, os funcionário ouviram outro disparo.
O que diz o motel
A direção do
Parque Motel Campina informou que, para preservar a privacidade dos clientes,
solicita apenas documento de identificação na entrada do estabelecimento e não
faz revistas nos hóspedes. Por isso, tragédias como essa fogem do controle da
administração, segundo a nota.
“O Parque
Motel tomou todas as medidas necessárias e salienta que está à disposição dos
órgãos responsáveis para sanar quaisquer dúvidas”, diz a nota. “Lamentamos
profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares pelas suas
perdas”.
Fonte: G1 PB