Quarta-feira, 03 de junho de 2020
Aumento dos casos na região preocupa entidade
REUTERS/Amanda Perobelli/direitos reservados
A Organização Mundial
da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira (1º) que a América do Sul ainda não
chegou ao pico da epidemia do novo coronavírus, inclusive no Brasil, e não há
como prever quando isso vai ocorrer, mas a região é hoje o foco da preocupação
da organização.
"Eu certamente caracterizaria hoje as
Américas Central e do Sul como as zonas de intensa transmissão desse vírus
nesse momento. Eu não acredito que tenhamos atingido o pico da transmissão e
nesse momento não tenho como prever quando atingiremos", afirmou Michael
Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências da OMS, durante conferência
de imprensa em Genebra.
O Brasil é citado por Ryan, juntamente com
Colômbia, Chile, Peru, Haiti, Argentina, e Bolívia, como os países que
registraram maior crescimento no número de casos nos últimos dias, e também
entre os cinco países que reportaram o maior número de novas infecções nas
últimas 24 horas.
O Brasil teve 16.409 casos no domingo (31),
segundo dados do Ministério da Saúde. Mas, na sexta-feira (29) e no sábado
(30), bateu dois recordes seguidos de registros, com 26.928 e 33.274,
respectivamente. No total, o país alcançou 514.849 casos – segundo no mundo – e
29.314 mortes, ultrapassando nos últimos dias Espanha e França e chegando ao
quarto lugar no mundo em óbitos.
"Há algumas semanas o mundo estava
extremamente preocupado com o que iria acontecer no Sudeste Asiático e na
África, e lá a situação ainda é difícil, mas estável. Claramente a situação em
vários países da América do Sul está muito longe da estabilidade. Tem havido um
aumento rápido dos casos e o sistema de saúde tem vivido um aumento da
pressão", afirmou.
Ryan não fala especificamente no Brasil.
Afirma, no entanto, que há respostas variadas para a epidemia na região, alguns
bons exemplos, outros nem tanto.
"Tivemos respostas diferentes em
diferentes países na região. Vemos ótimos bons exemplos de governos que
adotaram uma estratégia ampla, de toda sociedade, dirigida pela ciência. Em
outras situações, vemos a ausência e fraqueza nisso", analisou.
Apesar de ser um dos países onde a epidemia
ainda cresce aceleradamente, o Brasil começou, em diversos estados, a abrir
empresas e afrouxar as regras de isolamento.
Um dos primeiros a colocar em prática um
processo elogiado de fim da quarentena, o Rio Grande do Sul viu o número de
casos saltar 44% em uma semana, de 6.470 para 9.332. No Distrito Federal, que
também abriu a maior parte do setor de serviços, o aumento foi de 31,4% no
mesmo período.
Em todo o Brasil, na última semana, o número
de casos confirmados cresceu 37,3%.
Por:
Agência Brasil