Domingo, 07 de março de 2021
Faleceu neste sábado, dia 06, em João Pessoa, aos 53 anos de idade, o
radialista José Feliciano Silva, o popular Cabeça de Bujão, vítima de câncer.
Feliciano havia descoberto a doença a cerca de 1 ano e meio e estava
realizando tratamento no hospital Napoleão Laureano, na capital, onde veio a
óbito. Amigos e fãs difundiam nos últimos meses uma campanha para levantar
fundos que seriam utilizados para custear o tratamento, que não estava sendo
disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
José Feliciano ao lado de alguns colegas de profissão, Arenilto Carvalho, Michele Marques, Martins Junior, Rafael San e outros na portaria da Rádio Cultura AM. Anos – inicio dos anos 2000.
Trajetória
“Foi em meados dos anos 90, que Feliciano foi estagiário da Rádio
Cultura AM, quando a emissora era dirigida pelo saudoso Paulo Costa. Foi lá que
ele adquiriu experiência e atuou por cerca de 15 anos, depois foi transferido
para a Rádio Rural AM onde passou mais 3 anos, até deixar o grupo“,
disse do empresário João Rafael de Aguiar, recordando a trajetória de
Feliciano, nas suas emissoras.
José Feliciano e o companheiro Jailson Maia entrevistado o empresário João Rafael de Aguiar, durante a realização da caminhada da solidariedade promovida pela Rádio Cultura AM em 2014.
Ele atuou como repórter de rua, comentarista e ganhou muito destaque
quando passou a apresentar o jornalístico TRIBUNA DO POVO, na Rádio
Cultura AM, onde transmitia informações da área policial, denúncias,
apelos populares, realizava campanhas filantrópicas e ajudava muita gente, se
tornando um verdadeiro fenômeno na comunicação do brejo paraibano. Amado e odiado,
tinha um jeito único e uma característica própria de conduzir o seu trabalho.
Foram cerca de 30 anos dedicados ao rádio.
Feliciano deixou a Rádio Rural em 2016 e seguiu outros projetos, passou alguns
meses na Rádio Talismã FM de Belém, onde apresentou o Jornal da 99, ainda teve
passagens pelas rádios Constelação FM, Alagoinha FM e Marmaraú FM e logo após
passou a atua na comunicação do município de Araçagi, poucos antes de descobrir
a doença.
José Feliciano ao lado do Coronel Valério durante entrevista na Rádio Cultura AM.
A doença
Segundo o radialista, em um relato dado em vídeo, há cerca de um ano e
oito meses ele descobriu um carcinoma na língua – um tipo de câncer que surge
quando uma célula epitelial qualquer sofre transformação maligna – e precisou
passar por uma cirurgia para a retirada de parte do órgão onde a doença estava
instalada.
Ainda de acordo com Feliciano, após cerca de quatro meses surgiu um tumor no
outro lado do pescoço, que também o levou a passar por mais duas cirurgias. Daí
em diante se iniciou o tratamento no Hospital Napoleão Laureano de João Pessoa,
mas num determinado momento do tratamento faltou a medicação e os nódulos
voltaram a aparecer.
Sem condições financeiras de comprar os remédios e continuar o tratamento, já
que o SUS (Sistema único de Saúde) não disponibilizava a medicação, Feliciano
resolveu procurar os amigos da imprensa para fazer uma campanha no intuito de
arrecadar o valor de R$ 112.000,00 (cento e doze mil reais) para fazer nove
sessões de quimioterapia que custam quase R$ 15.000,00 (quinze mil reais) cada
uma, na rede particular.
A campanha para arrecadar dinheiro e dar seguimento ao tratamento estava em
andamento, mas, infelizmente, Feliciano perdeu a luta contra a doença e faleceu
nesta manhã, deixando esposa e filhos.
Escute relato do radialista, sobre sua doença, durante programa da Rádio Rural
de Guarabira em 2020. 'Não teve como mostrar o relato por problemas técnicos do Portal'.
Repercussão:
A Associação Guarabirense de Imprensa (AGI) e a Federação Nacional dos
Comunicadores emitiram nota de pesar pelo Falecimento do mesmo. Confira:
LUTO NA IMPRENSA
A diretoria da Associação Guarabirense de Imprensa(AGI) e Federação
Nacional dos Comunicadores(FENACOM)consternadas com o falecimento do Radialista
José Feliciano Silva , vem de público externar sua comoção com a notícia da sua
morte , vítima de um Câncer que lutava há quase dois anos.
Ao tempo em que emite as mais sinceras condolências aos familiares e amigos de
FELICIANO, a AGI e FENACOM exalta a personalidade de um ícone do
radiojornalismo paraibano que ao longo de sua atividade profissional inovou e
qualificou os programas radiofônicos das emissoras em que atuou, especialmente
nas áreas policial e social. Sua história de vida se confunde com a história da
radiofonia do Brejo Paraibano.
Que o talento, a obstinação, a dedicação e o amor ao rádio e ao seu povo mais
sofrido que exerceu em toda sua existência, sirvam de exemplo para as futuras
gerações. Quem não lembra do Programa de Rádio que é marcante até hoje Tribuna
do Povo, o Canhão do Brejo?
Vai Feliciano, você combateu o bom combate.
Seu velório será na Câmara de Mulungu e o sepultamento no cemitério da mesma
cidade. Que Deus possa confortar os familiares e amigos.
A Diretoria
Angelita Lucas
Fábio Camilo.
O prefeito de Guarabira Marcus Diogo também
emitiu nota:
O Secretário do Orçamento Democrático Estadual, Célio Alves, também usou as
redes sociais para lamentar a morte do amigo Zé Feliciano.
Outros amigos e familiares também foram a rede
social expressar o carinho e externar os votos de pesar ao radialista, que
deixará muitas saudades.
Por: Portal Nordeste1