Segunda-feira, 07 de junho de 2021
Bretas considerou, em sua sentença,
que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes
Foto: Marcos de Paula/Estadão
O ex-governador do Rio de
Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi condenado a 98 anos de prisão, por corrupção.
A sentença foi publicada nessa sexta-feira (4), pelo juiz titular da 7ª Vara
Federal Criminal, Marcelo Bretas. Os crimes atribuídos a Pezão dizem respeito
às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava
Jato no Rio.
Bretas considerou, em sua sentença, que Pezão, ex-vice-governador
de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes, após assumir o governo do
estado.
“A presente ação penal é decorrente das revelações feitas por
Carlos Miranda em seu acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo
Tribunal Federal, bem como desdobramento das ações penais Operação Calicute,
Operação Eficiência e Operação Boca de Lobo, levadas a cabo pelo Ministério Público
Federal e Polícia Federal e que deu prosseguimento ao desbaratamento da
organização criminosa comandada por Sérgio Cabral, ex-governador do estado do
Rio de Janeiro, demonstrando que o também ex-governador Luiz Fernando de Souza
(Pezão), fazia parte da referida organização criminosa. Conforme apurado,
Pezão, ao assumir como chefe do Executivo estadual, continuou a praticar crimes
de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de ativos no estado do Rio
de Janeiro, conforme já ocorria no governo Cabral”, escreveu Bretas.
Segundo Bretas, com a documentação obtida na Operação Boca de
Lobo, com prova testemunhal, documental, depoimentos de colaboradores, dados
bancários, telefônicos, fiscais, entre outros, verificou-se que Pezão, além de
integrar a organização criminosa liderada por Cabral, foi seu sucessor nas
práticas ilícitas ao comandar o estado.
“Foi possível desvendar que Pezão integrava a mesma organização
criminosa e praticava crimes contra a administração e de lavagem de ativos,
dentre outros, nos anos que ocupou os cargos de secretário de Obras,
vice-governador e até mesmo no de governador”, pontuou o juiz, responsável pela
investigação da Lava Jato no Rio de Janeiro.
A defesa de Pezão foi procurada para se manifestar sobre a
condenação, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado.
Por: Agência Brasil