Quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Fim da linha: com a condenação, não restam mais recursos para o jogador
e Ricardo Falco, amigo que também estava presente, que podem cumprir a pena no
Brasil.
Robinho chegou a treinr no Santos, mas sua contratação melou após reação negativa de torcedores e patrocinadores. (Foto: Ivan Storti/Santos/Divulgação)
Depois de 30 minutos de audiência e algumas horas de espera, Robinho e o
amigo Ricardo Falco foram condenados pela Corte de Cassação da Itália na
terceira e última instância da justiça italiana a nove anos de prisão por
violência sexual em grupo cometida contra uma mulher albanesa numa boate em
Milão, em janeiro de 2013. Como não restam mais recursos, a sentença é
definitiva. No entanto, como está no Brasil, o jogador não será preso na
Itália.
A justiça italiana pode pedir para que o Brasil faça a extradição de
Robinho e Falco, para que cumpram a pena no país. No entanto, a Constituição
Federal de 1988 não permite que brasileiros natos sejam extraditados. Sendo
assim, a Itália pode pedir ao governo brasileiro para que os dois cumpram os
nove anos de prisão em uma penitenciária do Brasil — em caso de viagem a outros
países europeus, ambos também podem ser presos, caso a Itália emita um pedido
internacional de prisão.
Robinho chegou a ser anunciado pelo Santos, em outubro de 2020, mas o vínculo foi suspenso e posteriormente encerrado, depois de protestos, principalmente nas redes sociais, e da condenação em segunda instância do atacante. Foto: Lenita Rodrigues
Entenda
o caso
A vítima, que diz que foi embriagada e abusada
sexualmente por seis homens enquanto estava inconsciente, completará 32 anos na
próxima sexta-feira — na época, ela comemorava o 23° aniversário —, não queria
comparecer a audiência, mas foi convencida pelo advogado e acompanhou o julgamento.
O jogador, Falco, e suas defesas, por sua vez,
afirmam que a relação foi consensual. Robinho não foi a nenhuma audiência desde
que o caso foi aberto, em 2016. A sentença de primeira instância foi anunciada
no ano seguinte. Em outubro de 2020, o jogador chegou a ser anunciado pelo
Santos, mas uma série de protestos, principalmente nas redes sociais, fez com
que o Peixe suspendesse e posteriormente encerrasse o contrato com o jogador.
No mesmo mês, a TV Globo divulgou trechos de uma conversa de Robinho com
amigos, no qual os homens debochavam da vítima.
Dois meses depois, em dezembro, a dupla também
foi condenada em segunda instância, na corte de Apelação de Milão. Na época, a
juíza Francesca Vitale, que presidiu o julgamento, disse que "a vítima foi
humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos
sexuais".
Agora, com a condenação na terceira e última
instância, não restam mais recursos para Robinho e Ricardo Falco, que podem
cumprir a pena no Brasil.
O caso contra os outros quatro homens
envolvidos está suspenso até o momento, mas pode ser reaberto com a decisão da
justiça italiana.
Por: O Globo