Quarta-feira, 18 de janeiro-(01) de 2023
Presidente fez nesta quarta-feira (18)
discurso para representantes de centrais sindicais
O
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (18), em
discurso para representantes de centrais sindicais, que “ricos vão pagar mais (Imposto
de Renda), vamos mudar a lógica, vamos diminuir para o pobre e
aumentar para o rico”.
“Nesse país, quem paga imposto de renda de verdade é quem
tem holerite de pagamento, porque é descontado no pagamento e a gente não tem
como não pagar. Mas a verdade é que o pobre que ganha R$ 3 mil reais,
proporcionalmente, paga mais do que alguém que ganha R$ 100 mil reais”, disse.
Para haver a mudança, no entanto, o presidente ressalta
que precisará da ajuda do Congresso Nacional e apoio da população.
“É
necessário muito convencimento no Congresso, organização da sociedade. A gente
não ganha isso se não houver mobilização do povo brasileiro para colocar o
pobre no Orçamento da união e colocar o rico no Imposto de Renda”, disse.
Isenção para salários de até R$ 5 mil
O presidente falou ainda que pretende “brigar” pela
isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil de salário.
“Obviamente que isenção de imposto e aumento de imposto
precisa de lei, não podemos fazer no grito, a gente tem que construir isso,
vamos começar a fazer uma reforma tributária. Gostei da declaração do Haddad de
que vamos fazer a reforma tributária no primeiro semestre”.
45 dias para proposta sobre salário mínimo
Durante o encontro, Lula assinou um despacho
determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros,
apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário
mínimo.
O presidente disse que o governo “quer reajuste acima da
inflação” e que “salário mínimo tem que crescer de acordo com o crescimento da
economia”.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse
que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma
negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos
R$ 1.302 já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS,
uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao
mínimo.
Custo do reajuste
Enquanto Haddad defende que o piso seja fixado em R$
1.302, a ala política do governo sustenta o reajuste do valor para R$ 1.320. Já
as lideranças sindicais apoiam um reajuste para R$ 1.342 a partir de maio.
O especialista em contas públicas Murilo Viana calculou o
impacto desses aumentos para os cofres da União. O custo do reajuste do salário
mínimo para R$ 1.320 (aumento real de 2,81%) seria
de R$ 7,7 bilhões.
Caso seja feita a vontade dos sindicatos, com reajuste
para R$ 1.342 (aumento real de 4,53%), o custo seria de R$ 17,1 bilhões.
Por: *Com Reuters / publicado por Ligia Tuon e Gustavo
Zanfer e CNN