Terça-feira, 11 de abril-(04) de 2023
Já são oito títulos na "era Abel" e após susto na ida,
Verdão domina o Água Santa diante de 41 mil pessoas, resolve o Paulistão no
primeiro tempo e mostra que o desejo por ganhar não muda
Palmeiras campeão
paulista de 2023 — Foto: Marcos Ribolli
O Palmeiras já vencia o Água Santa por 4 a 0, estava
a minutos de garantir a conquista de seu 25º título paulista, e a torcida no
Allianz Parque começou a gritar "olé". Abel Ferreira, à beira do
campo, fazia gestos com as mãos de que não estava gostando.
O mesmo Abel na
sequência quase arrancou a camisa ao ver Rony finalizar para fora uma bela
jogada coletiva, iniciada de pé em pé a partir da defesa. Ele queria mais, mas
também pedia calma para seus jogadores não se deixarem envolver com o
"olé" das arquibancadas, um grito que já disse desaprovar por
menosprezar o adversário.
E
o time mostrou, nesse domingo, mais uma vez que tem muito da cara de seu
treinador. Sempre ligado, jogando a sério desde o início, o Palmeiras precisou de apenas 45 minutos para reverter
a desvantagem sofrida na ida e garantir o seu bicampeonato paulista consecutivo.
Palmeiras x Água Santa, Abel Ferreira comemora no banco — Foto: Marcos Ribolli
A goleada por 4 a 0
foi definida antes do intervalo, já que o Verdão foi para os vestiários
vencendo por 3 a 0, com o jogo dominado. O time levantou sua oitava taça na
"era Abel Ferreira" e mostrou por que não para de vencer sob o
comando do português.
Depois de uma atuação fraca na Arena Barueri, com muitos erros
diante da grande surpresa deste Paulistão, o Palmeiras levou o reencontro no Allianz Parque com
a seriedade e intensidade que faltou no domingo passado.
Abel avisara: ou o time
viraria o jogo, ou sofreria uma grande vergonha. Todos entenderam o recado. Por
melhor que o Água Santa tivesse jogado este Estadual, terminar com o
vice-campeonato seria o ponto mais baixo da passagem do treinador português.
Palmeiras x Água Santa, Gabriel Menino comemora primeiro gol — Foto: Marcos Ribolli
O roteiro lembrou o
do Paulistão de 2022, em que também fez 4 a 0 no São Paulo depois de um jogar
mal o primeiro jogo. Com 41 mil torcedores presentes, o Verdão contou com o
barulho das arquibancadas e começou a final sem deixar o Água Santa respirar.
Abel fez uma mudança no posicionamento do meio-campo, com
Raphael Veiga mais próximo de Dudu na direita, Gabriel Menino jogando com
Vanderlan e Rony na esquerda, enquanto Endrick era a referência.
Foi em uma falta
sofrida pelo camisa 16, que o Verdão começou a abrir o caminho para a virada.
Menino pegou o rebote da própria cobrança na barreira e fez 1 a 0. O camisa 25
ampliou minutos depois, concluindo uma jogadaça de Dudu. Em menos de meia-hora,
o Palmeiras já chegava ao placar suficiente para
conquistar o Paulista.
Palmeiras x Água Santa, gol de Endrick — Foto: Marcos Ribolli
Mas a postura era a
mesma: marcação agressiva, controle do jogo e sem dar o espaço que o Água Santa
teve no primeiro jogo. Ao fim do primeiro tempo, o Verdão tinha perto de 60% de
posse de bola, 14 finalizações a favor, apenas três sofridas e o 3 a 0 no placar.
Assim como no encontro entre as duas equipes na fase de grupos,
a partida por pouco não descambou antes do intervalo, quando Dudu correu o
risco de ser expulso após acertar Didi. Raphael Claus preferiu dar apenas o
cartão amarelo.
O segundo tempo foi
protocolar, em um ritmo já mais lento. Abel passou a fazer mudanças e Flaco
López ainda marcou para fechar a goleada em 4 a 0.
O jogo foi um resumo
do que é a era Abel Ferreira no Palmeiras. São oito títulos em dois anos e meio de
trabalho, e a sensação é de que tanto o treinador quanto os jogadores querem
continuar ganhando.
Seja contra o São
Paulo, Corinthians, Flamengo ou o Água Santa, que fez um grande Paulista, o
Verdão em jogos decisivos compete como poucos no Brasil. E vence como poucos,
também.
Por: Thiago Ferri –
G1