Quarta-feira, 03 de maio-(05) de 2023
Esquema teria fraudado dados da
vacinação contra covid-19
A Polícia Federal faz
buscas na manhã desta quarta-feira (3) na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília.
Os policiais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro,
tenente-coronel Mauro Cid Barbosa.
Jair
Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento ainda
nesta quarta na Polícia Federal em Brasília.
A
operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito
das “milícias digitais” que já tramita no Supremo Tribunal Federal.
Até as
8h20, policiais seguiam no condomínio onde o ex-presidente mora desde que
voltou ao Brasil, em março.
Qual o
motivo da operação?
A
corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de
vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da
Saúde.
“Com
isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e
utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos
poderes públicos (Brasil e Estados Unidos)
destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de
Covid”, diz a Polícia Federal.
Quais
dados foram forjados?
A TV Globo e a GloboNews apuraram
que teriam sido forjados os certificados de vacinação:
-do hoje
ex-presidente Jair Bolsonaro;
-da filha
de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos;
-do
ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele.
Essa
suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro,
familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de
vacinação obrigatória.
A PF
ainda investiga a situação de outros membros da comitiva, como a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Quem foi
preso?
Até as
7h, todas as prisões já tinham sido cumpridas. A TV Globo apurou os nomes de quatro dos seis
presos:
-o
coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro;
-o
policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança
presidencial;
-o militar
do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal
de Bolsonaro;
-o
secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de
Sousa Brecha.
Os
agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão
preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Quais
crimes são investigados?
Segundo a
PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como:
-infração
de medida sanitária preventiva;
-associação
criminosa;
-inserção
de dados falsos em sistemas de informação;
-corrupção
de menores.
Como
funcionou o suposto esquema?
A
inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano
passado.
As
pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para
burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados
Unidos, segundo os investigadores.
Os dados
teriam sido inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de
Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério
da Saúde. A PF não divulgou quem, segundo as investigações, teria feito essa
inserção. A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “manter
coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar
o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
Por: Texto e informações: G1