Terça-feira, 20 de junho-(06) de 2023
Ministro diz que GSI tem totais
condições de cuidar da segurança e que presença da Polícia Federal seria
bem-vinda, mas 'dispensável'
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Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR) |
A segurança do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) vai passar por mudanças a partir de julho. O Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal (PF) já se puseram à
disposição para assumir a tarefa. A tendência é de que o GSI fique com a
missão, mas membros do governo são a favor de que haja um trabalho conjunto com
a PF. A informação é do R7, parceiro nacional do Portal
Correio.
Atualmente, quem faz a segurança de
Lula é a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da
República (Sesp), criada a partir de um decreto assinado por ele em janeiro,
após os episódios de vandalismo em Brasília do dia 8. Esse órgão, no entanto,
tem prazo de funcionamento até 30 de junho. De acordo com o decreto que
instituiu a secretaria, após essa data as atividades exercidas pelo órgão serão
de competência privativa do GSI.
Boa parte dos integrantes da Sesp são
policiais federais de formação, entre delegados e agentes, mas militares das
Forças Armadas também compõem a secretaria. O GSI não foi totalmente isolado
das funções de proteger Lula. No entanto, no momento são os policiais que ficam
mais próximos do presidente, sendo responsáveis pela segurança imediata dele.
Já os servidores do GSI cuidam mais da segurança das instalações e de eventos
que têm a participação do chefe do Executivo.
Com o decreto que criou a Sesp prestes
a expirar, a Polícia Federal tenta convencer Lula a manter a corporação com as
atuais funções. Um dos argumentos utilizados é de que os policiais passam por
um treinamento melhor do que os militares para atuarem em posições de segurança
pessoal, tanto que desde a criação da secretaria a corporação formou ao menos
400 policiais para trabalhar na proteção do presidente. Além disso, a PF
argumenta que em países como Estados Unidos e Alemanha são policiais que cuidam
da segurança presidencial.
Membros do governo são a favor da manutenção da Polícia Federal após o mal-estar gerado pelo GSI com os eventos de 8 de janeiro, quando servidores da pasta foram filmados interagindo com os vândalos que invadiram o Palácio do Planalto. Apesar de Lula já ter reformulado o quadro de pessoal da pasta desde então, demitindo quem trabalhou durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a relação ainda está estremecida.
Membros do governo são a favor da manutenção da Polícia Federal após o mal-estar gerado pelo GSI com os eventos de 8 de janeiro, quando servidores da pasta foram filmados interagindo com os vândalos que invadiram o Palácio do Planalto. Apesar de Lula já ter reformulado o quadro de pessoal da pasta desde então, demitindo quem trabalhou durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a relação ainda está estremecida.
Mas o ministro do GSI, Amaro dos
Santos, tem dito que o órgão chefiado por ele tem condições de cuidar da
segurança de Lula e que a presença da Polícia Federal seria bem-vinda, mas,
segundo ele, é dispensável e não faria falta. Para Santos, por mais que os
policiais cuidem da proteção imediata do presidente, é o GSI que disponibiliza
um efetivo maior para manter seguro todo o ambiente em que o chefe do Executivo
se encontra.
“Em um evento fora de Brasília, por
exemplo, para fins somente de raciocínio, de ideia, 80% da segurança do
Presidente da República é assegurada antecipadamente na preparação do evento,
na forma como ele é preparado. Aquele pessoal, aqueles três ou quatro homens
que ficam no entorno do presidente, que são a segurança imediata, seriam
responsáveis por 20% da segurança, talvez não chegue a isso. Assim, uma grande
parcela da segurança do presidente da República em eventos presidenciais,
quaisquer que sejam, ainda está a cargo do GSI. É um grande percentual da
segurança”, disse ele no mês passado durante audiência na Câmara dos Deputados.
Lula ainda não definiu qual órgão vai
cuidar da segurança pessoal dele, e postergar o tempo de duração da Sesp é uma
possibilidade. Uma parte do governo avalia que o atual modelo está funcionando
bem e diz que seria interessante manter a corporação na segurança presidencial.
A decisão, contudo, vai ficar para a última hora e será tomada apenas quando o
presidente voltar da Europa neste fim de semana.
Por: Augusto
Fernandes, do R7, parceiro nacional do Portal Correio