Domingo, 29 de outubro-(10) de 2023
Matéria da Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (27),
que “dificilmente” o governo cumprirá a meta de zerar o déficit primário
(resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública) em 2024.
Durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse
que não quer fazer corte em investimentos em obras.
“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai
cumprir. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, o país não
precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar
o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país.
Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta
que ele sabe que não vai ser cumprida”, disse o presidente.
“E se o Brasil tiver déficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada”, acrescentou
Lula.
O novo arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional em agosto
estabelece uma meta de resultado primário zero para o próximo ano, com margem
de tolerância de 0,25 ponto percentual, podendo chegar a um superávit de 0,25%
do Produto Interno Bruto (PIB) ou déficit na mesma magnitude.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já admitiu que zerar o déficit
será um desafio e que, para isso, o governo precisa da parceria com o Congresso
Nacional.
Nos últimos meses, o Poder Executivo enviou uma série de medidas
provisórias e projetos de lei que visam reduzir ou extinguir benefícios fiscais
concedidos nos últimos anos e aumentar a arrecadação do governo, que precisará
de R$ 128 bilhões no próximo ano para cumprir a meta.
O projeto do Orçamento de 2024 prevê um pequeno superávit primário de R$
2,84 bilhões em 2024, equivalente a 0% do PIB.
O presidente Lula afirmou que está otimista com a economia e espera um
crescimento do PIB em 3% ou mais em 2023. Para 2024, segundo ele, apesar de ser
um “ano difícil” para economia mundial, o governo está trabalhando para que os
problemas não se proliferem internamente.
“Nós sabemos que o ano que vem se apresenta como um ano difícil por
conta da queda do investimento da China, a queda do crescimento da China, do
aumento da taxa de juros americana”, disse. “Não vamos ficar parados esperando
que notícias ruins aconteçam, vamos trabalhar para as coisas melhorarem”,
acrescentou.
Para Lula, o Brasil vive um momento excepcional em relação às potencialidades
da energia verde e pode atrair investimentos para gerar empregos e dinamizar a
economia.
Além disso, ele delegou ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que é
ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e ao ministro da
Casa Civil, Rui Costa, a tarefa de “vender” os projetos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) no Brasil e no exterior.
“O Brasil é um novo berçário de investimento”, afirmou.
Por: Agência Brasil