Sexta-feira, 08 de março-(03) de 2024
Matéria da Revista Exame
Shigeaki Maracajá, CEO do
Grupo Alerta: “Comecei fazendo a segurança de obras para evitar o furto de
cabos” (Guilherme Santos/PBXP/Divulgação)
Fundado em 2001, o Grupo Alerta está presente em cinco estados
nordestinos e emprega mais de 6.000 pessoas
O paraibano Shigeaki Maracajá
viu no início dos anos 2000 uma nova oportunidade de empreender. Na época, ele
e a esposa tinham uma franquia dos Correios em Campina Grande quando resolveram
trabalhar na vigilância de casas. A ideia era diversificar a fonte de renda e
resolver uma dor da população local: segurança.
“Eu vendia o serviço durante o dia e voltava de
noite para fazer a vigilância. Ganhava R$ 20 por casa”, relembra o
empreendedor.
Em poucos meses Maracajá passou a fazer a vigilância de dez ruas
na cidade. Para escalar o negócio e alcançar um novo patamar, o empreendedor
vendeu o carro e, com cerca de R$ 30.000, fundou o Grupo Alerta.
No último ano a empresa que oferece serviços de segurança em cinco
estados nordestinos faturou R$ 200 milhões, 20% a mais do que no ano anterior.
Para 2024, a expectativa é avançar até 30% com novos contratos públicos e
privados.
“Para começar a empreender
tem que ser meio doido. Se for bom do juízo não vá não”, brincou o empreendedor
em entrevista à EXAME no Paraíba Business Experience (PBXP), evento
realizado na última semana em Campina Grande.
Quem é o empreendedor
Shigeaki
Maracajá é natural de São João do Cariri, município com pouco mais de 4.000
habitantes localizado no sul do estado da Paraíba. A veia empreendedora de
Maracajá deu seus primeiros sinais na adolescência, quando ele começou a
produzir e vender dindin (conhecido como gelinho ou sacolé em outras partes do
Brasil).
“Trabalhava
de dia e de noite pegava uma caminhonete de pau arara para estudar em Campina
Grande. Na época não tinha luz elétrica, era luz de candeeiro”, diz Shigeaki
Maracajá.
Aos
18 anos, ele se mudou para Campina Grande e abriu uma lanchonete na cidade. O
negócio não deu certo e ele começou a trabalhar em uma empresa de segurança,
onde conheceu o segmento no qual iria empreender futuramente.
Da
infância sem luz à receita de R$ 100 milhões, o paranaense que popularizou a
cama box no Brasil
Como o Grupo Alerta cresceu
Em
2001, quando o Grupo Alerta foi fundado, Maracajá e a esposa tinham uma
franquias dos Correios em Campina Grande. O investimento inicial no novo
negócio aconteceu após a venda do Fiat Uno que eles tinham na época.
A
trajetória da empresa não foi linear. Até 2003, o empreendedor vivia com as
contas no vermelho pela falta de clientes. “Eu tentei vender meu negócio, mas
ninguém queria comprar”, diz.
A
situação da empresa começou a melhorar em 2004, quando passou a atender
empresas que prestavam serviços para o setor público.
“Comecei
fazendo a segurança de obras para evitar o furto de cabos. Um cliente indicou a
Alerta para outro e assim fomos ganhando espaço”, diz Maracajá.
Ao
longo dos anos o Grupo Alerta foi oferecendo novos serviços. Além dos serviços
tradicionais de segurança para pessoa física e empresas — como vigilância de
rua, câmeras e seguranças –, o grupo também oferece rastreio de frota,
segurança armada e faz transporte de valores.
Nos
últimos dez anos, a oferta de prestadores de serviço de limpeza, segurança e
portaria ganhou destaque no portfólio do Grupo Alerta. “Metade do nosso
faturamento já vem da oferta de mão de obra terceirizada”, diz.
Hoje,
a companhia está presente em quatro estados além da Paraíba:
-Rio
grande do Norte
-Pernambuco
-Alagoas
-Sergipe
Com
mais de 400 clientes, Maracajá acredita que ainda há espaço para crescimento na
esfera pública por meio de novas licitações, além da entrada em novos estados e
lançamento de novos serviços.
“Estudamos
a entrada no mercado de segurança da informação, portaria virtual e o uso de
inteligência artificial para o monitoramento de caminhoneiros”, diz o
empreendedor.
Por: Revista Exame