Domingo, 31 de marco de 2024
A
ameaça do Estado Islâmico pode ter parecido estar diminuindo à medida que as
manchetes se voltavam para a Ucrânia, Gaza e as próximas eleições nos EUA.
A
ameaça do Estado Islâmico pode ter parecido estar diminuindo à medida que as
manchetes se voltavam para a Ucrânia, Gaza e as próximas eleições nos EUA. Mas
o ataque da semana passada a uma casa de shows em Moscou lembrou ao mundo o
perigo duradouro do terrorismo islâmico e as ambições do que é conhecido como
Estado Islâmico-Khorasan (Estado Islâmico-K) muito além dos seus acampamentos
nas montanhas do Afeganistão. Os analistas acreditam que o grupo tem um foco
crescente na Europa – e apontam eventos como os Jogos Olímpicos de Paris deste
ano como potenciais alvos.
O Estado
Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque terrorista em Moscou. O fato de
cidadãos tadjiques estarem alegadamente envolvidos indica que o Estado
Islâmico-K foi o responsável; o grupo atrai muitos membros da Ásia Central e
tem um histórico de conspirações anteriores na Rússia. Autoridades dos EUA
também disseram que há evidências de que o Estado Islâmico-K realizou o ataque.
Tanto o
Talibã como os Estados Unidos procuraram – embora não em conjunto – expurgar o
Estado Islâmico-K dos seus refúgios seguros no leste do Afeganistão. Mas uma
análise recente no Sentinel, o jornal do Centro de Combate ao Terrorismo em
West Point, disse que “continua a ser uma organização resiliente, capaz de se
adaptar a dinâmicas em mudança e de evoluir para sobreviver a circunstâncias
difíceis”.
Resistência e
expansão
Especialistas da ONU e outros – incluindo os serviços de segurança russos –
estimam a força do Estado Islâmico-K entre 4 mil e 6 mil combatentes. Sanaullah
Ghafari tornou-se o líder do grupo em 2020 e, apesar de relatos ocasionais
sobre a sua morte, os analistas sobre terrorismo acreditam que ele continua a
ser um líder eficaz.
Edmund Fitton-Brown,
conselheiro sênior do Projeto Contra Extremismo, com sede em Nova York, disse à
CNN que o Estado Islâmico-K “tem o desejo e uma capacidade crescente de se
projetar além do Afeganistão e realizar ataques regionais” no Paquistão, no Irã
e na Ásia Central, apoiado por uma forte produção midiática em tadjique,
uzbeque e russo.
Fitton-Brown
disse que no Afeganistão o “chauvinismo pashto do Talibã ajudou o Estado
Islâmico-K a recrutar outros grupos étnicos afegãos”.
O ataque
mais infame do Estado Islâmico-K até agora foi o atentado suicida no aeroporto
de Cabul em 2021, que matou quase 200 pessoas, incluindo 13 soldados
norte-americanos que estavam de guarda no aeroporto.
O grupo
continuou uma campanha de atentados suicidas e assassinatos contra os talibãs,
que considera insuficientemente radicais e dependentes de potências externas.
Na semana passada, um homem-bomba suicida do Estado Islâmico-K detonou seu
cinturão de explosivos entre as milícias talibãs na cidade afegã de Kandahar,
causando dezenas de vítimas, segundo relatos locais.
Por: Com informações da CNN Brasil