Terça-feira, 14 de maio-(05) de 2024
Levantamento indica que ex-primeira-dama disputaria o segundo
turno contra o presidente da República
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Foto-Isac Nóbrega/PR |
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está rindo à toa com as pesquisas
eleitorais que mostram Michelle Bolsonaro muito bem colocada nas intenções
de voto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma hipotética disputa em 2026.
No levantamento da
Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, por exemplo,
mostra que Michelle teria 33% dos votos e iria para um segundo turno com Lula,
que teria 47%. É mais até do que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 28% da
preferência.
O dado é tão promissor
quanto o das pesquisas internas do PL, em que Michelle aparece até empatada com o presidente
da República, conforme informou a colunista Bela Megale.
A ex-primeira-dama
também sai na frente quando a Quaest pergunta quem seria melhor para enfrentar
Lula em 2026, caso Bolsonaro não possa concorrer. Para 28% dos entrevistados,
ela é a melhor opção, contra os 24% conseguidos pelo governador de São Paulo.
Considerando apenas os eleitores de Bolsonaro, a performance de Michelle é
ainda melhor - 41% contra 33% de Tarcísio.
Ainda assim, nem
Valdemar nem Bolsonaro querem saber de discutir uma candidatura presidencial de
Michelle neste momento. O motivo: ambos ainda alimentam a esperança de que
Bolsonaro, inelegível até 2030, recupere seus direitos políticos até lá. Nesse
caso, obviamente, seria ele mesmo o candidato do PL e da direita contra Lula.
"As chances de ele conseguir são mínimas e
quase ninguém no partido acredita que seja possível, mas Valdemar e Bolsonaro
acreditam, então por ora não se fala em candidatura de Michelle ou de Tarcísio
para valer", diz um interlocutor muito próximo do ex-presidente da
República.
Como o GLOBO noticiou, Valdemar tem procurado os
candidatos a presidência da Câmara e do Senado para condicionar o apoio do
PL à disposição de encampar um projeto de lei que dê anistia a Bolsonaro e
permita que ele se candidate em 2026.
As conversas ainda estão em um estágio inicial, mas
o presidente do PL tem se demonstrado empolgado nos bastidores.
Esperança no STF
Outra esperança que Valdemar e Bolsonaro também
alimentam é a de conseguir tirar os processos contra o ex-presidente da
jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF) e portanto das mãos de Alexandre de Moraes.
No momento há dois pedidos parados no gabinete do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
No entorno de Bolsonaro, essa é considerada uma
possibilidade ainda mais remota do que a anistia. Mesmo assim, a esta altura,
ninguém descarta nenhuma hipótese.
"A gente também já acreditou que Lula nunca
mais voltaria a se candidatar e ele conseguiu, então ninguém no PL vai dizer a
Bolsonaro para não continuar tentando", diz um aliado de primeira hora do
ex-presidente.
Enquanto houver alguma chance de Bolsonaro
recuperar os direitos políticos, o PL vai continuar patrocinando suas andanças
pelo Brasil e estimulando os seguidores do ex-presidente a acreditar que ele
ainda pode voltar em 2026.
Até quando essa estratégia continua, só o próprio
Bolsonaro sabe. "Só ele sabe até quando vai manter essa esperança viva. E
se ele tiver que sair da briga, é ele também quem vai decidir quem assume seu
lugar. Mais ninguém", diz um integrante da cúpula do PL.
Por: Malu Gaspar com O GLOBO