Terça-feira, 25 de junho-(06) de 2024
De acordo com a OMS, a maioria das mortes por consumo
de álcool ocorre na Europa e na África, sendo que as taxas de mortalidade por
litro de álcool.
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© Arquivo/Agência Brasil |
O consumo de álcool é responsável por 2,6 milhões
de mortes todos os anos no mundo – 4,7% de todas as mortes no planeta. Já o uso
de drogas psicoativas responde por 600 mil mortes anualmente. Os números foram
divulgados nesta terça-feira (25) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dados do Relatório Global sobre Álcool, Saúde e Tratamento de
Transtornos por Uso de Substâncias mostram ainda que 2 milhões de mortes por
consumo de álcool e 400 mil mortes por uso de drogas são registradas entre
homens. O estudo tem como base informações de saúde pública referentes ao ano
de 2019.
A estimativa da OMS é que 400 mil pessoas viviam com desordens
relacionadas ao consumo de álcool e ao uso de drogas nesse período, sendo 209
milhões classificadas como dependentes de álcool. A entidade destaca que o uso
de substâncias prejudica severamente a saúde do indivíduo, aumentando o risco
de doenças crônicas e resultando em milhões de mortes preveníveis.
“Coloca um fardo pesado sobre as famílias e as comunidades,
aumentando a exposição a acidentes, lesões e violência”, destacou o
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Para construir uma sociedade mais saudável e mais equitativa,
devemos comprometer-nos urgentemente com ações ousadas que reduzir as
consequências negativas para a saúde e sociais do consumo de álcool e tornar o
tratamento para transtornos por uso de substâncias acessível.”
O relatório destaca ainda a necessidade urgente de acelerar ações
a nível global para alcançar a meta estabelecida por meio dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) de, até 2030, reduzir o consumo de álcool e
drogas e ampliar o acesso a tratamento de qualidade para transtornos causados
pelo uso de substâncias.
Prejuízos
à saúde
De acordo com a OMS, a maioria das mortes por consumo de álcool
ocorre na Europa e na África, sendo que as taxas de mortalidade por litro de
álcool consumido são mais elevadas em países de baixa renda e menores em países
de alta renda.
De todas as mortes atribuídas ao álcool em 2019, cerca de 1,6
milhões aconteceram por doenças crônicas não transmissíveis, sendo 474 mil por
doenças cardiovasculares e 401 mil por câncer. Outras 724 mil foram decorrentes
de ferimentos causados por acidentes de trânsito, automutilação e casos de
violência.
Por fim, 284 mortes foram associadas a doenças crônicas
transmissíveis. Segundo a entidade, foi demonstrado que o consumo de álcool
aumenta o risco de infecção por HIV em razão da maior probabilidade de sexo
desprotegido, além de aumentar o risco de infecção e morte por tuberculose por
suprimir uma ampla gama de respostas imunológicas.
Os dados mostram que a maior proporção (13%) de mortes atribuídas
ao álcool, em 2019, foi registrada na faixa etária dos 20 aos 39 anos.
Tendências
de consumo
De acordo com o relatório, o consumo total per capita de álcool
entre a população global registrou ligeira queda, passando de 5,7 litros em
2010 para 5,5 litros em 2019. Os índices mais altos foram observados em países
europeus (9,2 litros per capita) e nas Américas (7,5 litros per capita).
O nível de consumo de álcool per capita entre os consumidores
chega, em média, a 27 gramas de álcool puro por dia, o que equivale a
aproximadamente duas taças de vinho, duas garrafas de cerveja ou duas porções
de bebidas destiladas. “Este nível e frequência de consumo de álcool estão
associados a riscos aumentados de inúmeras condições de saúde e associado a
mortalidade e incapacidade.”
Ainda segundo os dados, em 2019, 38% das pessoas que declararam
consumir álcool registraram pelo menos um episódio de consumo excessivo no mês
anterior à pesquisa – o equivalente a quatro ou cinco taças de vinho, garrafas
de cerveja ou porções de bebidas destiladas. O consumo excessivo de álcool foi
altamente prevalente entre homens.
Por fim, o relatório aponta que, globalmente, 23,5% de todos os
jovens com idade entre 15 e 19 anos afirmam consumir álcool (pelo menos uma
dose de bebida alcoólica ao logo dos últimos 12 meses). Os índices são mais
altos na Europa (45,9%) e nas Américas (43,9%).
Por: Agência Brasil