Sábado, 18 de janeiro de 2025
Ex-presidente afirmou que sua esposa "terá um tratamento bastante
especial" devido à "consideração" e à "amizade construída
durante dois anos" entre ele e o presidente americano eleito
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Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama (Foto: Isac Nóbrega/PR) |
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta
quinta-feira, 16, que a mulher dele, Michelle Bolsonaro, vai representá-lo
próximo dia 20 na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump,
em Washington. Bolsonaro
teve o pedido de devolução do passaporte negado pelo ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em
entrevista à Revista Oeste,
o ex-presidente afirmou que Michelle viajará no sábado, dia 18, e “terá um
tratamento bastante especial” devido à “consideração” e à “amizade construída
durante dois anos” entre ele e o presidente americano eleito.
“É comum
quando você está no poder ter seus amigos, e, quando deixa o poder, 90% vai
embora, quando não lhe viram as costas”, disse ainda Bolsonaro, afirmando que
com Trump “isso não aconteceu”.
A defesa do ex-presidente havia pedido a liberação de seu
passaporte, alegando que Bolsonaro foi “honrado ao receber,
diretamente do Comitê de Posse Presidencial, convite formal” para participar
das solenidades de posse nos EUA.
Nesta
quinta-feira, a quatro dias da cerimônia, o ministro Alexandre de Moraes negou
a devolução do passaporte, apreendido desde fevereiro de 2024, quando o
ex-presidente foi alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia
Federal para investigar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na
decisão, Moraes ressaltou haver possibilidade de “tentativa de evasão” de
Bolsonaro, “para se furtar à aplicação da lei penal”. O ministro destacou que o
ex-presidente vem defendendo a fuga do País e o asilo no exterior no caso dos
condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.
A
decisão do ministro segue o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu “interesse público” que justificasse
a flexibilização da restrição imposta ao ex-chefe do Executivo, indiciado por
crime de golpe de Estado. O chefe do Ministério Público Federal (MPF), Paulo
Gonet, afirmou que a viagem pretendia “satisfazer interesse privado” de
Bolsonaro, o que não é “imprescindível”.
Com informações do Estadão Conteúdo