Quarta-feira, 12 de março-(03) de 2025
Brasil teve quase 40 milhões de casos
da doença e 715.295 mortes entre 2020 e 2025, segundo o Ministério da Saúde
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Há cinco anos, o Brasil registrava a primeira morte por
Covid-19. Em 12 de março de 2020, uma mulher de 57 anos morreu após
complicações da doença no Hospital Municipal Dr Carmino Caricchio, em São
Paulo. Inicialmente, acreditava-se que a primeira morte havia ocorrido no dia
16 de março, mas a informação foi posteriormente corrigida após a realização de
exames laboratórias. As informações são do R7,
parceiro nacional do Portal Correio.
A morte ocorreu
pouco mais de dois meses depois da OMS (Organização Mundial de Saúde) declarar
o surto do novo coronavírus como emergência de saúde pública de
importância internacional — o mais alto nível de alerta da Organização — e um
dia após ter sido declarada uma pandemia.
Dias depois, em 15
de março, o país registrou a segunda morte. Dali para a frente, os números
começaram a subir. Em 2021, o Brasil chegou ao período mais mortal da Covid,
quando registrou mais de 400 mil mortes no ano. O índice deu margem para que o
país fosse responsável por 10% do total de mortes registradas pela OMS.
Até a última atualização do Ministério da Saúde, feita nesta
sexta-feira (7), o Brasil teve quase 40 milhões de casos da doença e 715.295
mortes entre 2020 e 2025, uma média de 143 mil óbitos por ano. Segundo a pasta,
desde o primeiro caso da Covid, 2024 foi o ano que teve o menor número de casos
e mortes, uma redução de 54,1% em comparação com 2023.
“Em 2024, as secretarias estaduais de saúde notificaram 862.680
casos, uma redução de 54,1% em comparação com 2023, quando foram notificados
1.879.583 casos; e de 93,8% em comparação com 2022 (14.043.760 casos
notificados)”, informou.
Repatriação
de brasileiros
Em Wuhan, na
China, epicentro da Covid-19, os casos da doença começaram a chamar atenção do
mundo ainda em dezembro, pouco mais de três meses antes de se tornar uma
pandemia. Em meio à escalada dos casos no país, o governo brasileiro trabalhou
em uma estratégia para repatriar os brasileiros que estavam no país.
Entre eles, Vitor
Siqueira, na época com 28 anos, havia ido à China fazer um mestrado em uma universidade
de Wuhan, mas precisou interromper o estudo. Ao R7, o jovem conta que não
imaginava a gravidade da doença e afirma que acabou voltando por pressão de
familiares e amigos.
Em fevereiro de
2020, a FAB (Força Aérea Brasileira) fez a repatriação dos brasileiros que
estavam no local. Na missão, foram resgatados 34 brasileiros, que precisaram
ficar em quarentena com outros 24 integrantes da equipe de apoio.
Segundo Siqueira,
comparado a quarentena de outros países, ele não teve problemas durante o período
de isolamento e todo o grupo foi bem tratado pelos militares. Ao decidir voltar
para o Brasil, o jovem conta que não imaginava a gravidade da situação e ao
nível que chegaria.
“Foi muito bom,
sobretudo comparando com colegas meus que vieram a quarentena em outros países,
como na Indonésia e na Turquia. Por exemplo, um amigo meu ficou duas semanas
dentro de um quarto. Trancado no quarto como se fosse na prisão. Eles davam
comida dentro e tudo. Lá na Indonésia, eles foram para uma ilha militar e
tinham que fazer o dia-a-dia militar, acordar 5 da manhã, correr, fazer
exercícios”, comentou.
Apesar do
ocorrido, Siqueira conta que pretende voltar a China. “Voltei ano passado, por
um período bem curto de tempo, por duas semanas, para participar de um
treinamento. Eu espero, esse ano ainda, poder ir para lá, para qualquer
oportunidade, seja trabalho, estudo. Não tenho nada planejado, mas estou
disposto”, completa.
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Vacinação contra Covid em Campina Grande (Foto: Divulgação) |
Vacinação
O Brasil já aplicou quase 560 milhões de doses de vacina contra a
Covid-19 desde 2021, quando o imunizante começou a ser disponibilizado.
Foram 552,6
milhões de doses da vacina monovalente (desenvolvida para combater uma única
cepa ou variante da doença), considerando a primeira, segunda e todas as doses
de reforço.
Além disso, foram
aplicadas 36,8 milhões de doses da vacina bivalente (que protege contra duas
variantes diferentes).
Em relação à
população indígena, composta por 707.739 pessoas, quase 1,5 milhão de doses
foram aplicadas. Assim, 89% dos indígenas estão vacinados com a primeira dose,
e 78% com a segunda ou a dose única. O reforço, que foi aplicado na população
menor de 18 anos, atingiu 43% desse público.
Mudanças no
Calendário de Vacinação
Em dezembro de
2024, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina contra a Covid-19
no Calendário Nacional de Vacinação para gestantes e idosos com 60
anos ou mais, além do início da distribuição da vacina da Zalika Farmacêutica
no PNI (Programa Nacional de Imunizações) e a definição de um esquema vacinal
específico para crianças de seis meses a menores de 5 anos com a vacina da
Pfizer.
Principais
alterações
Gestantes e idosos: as gestantes deverão receber uma
dose a cada gestação, enquanto os idosos serão imunizados a cada seis
meses.
Grupos especiais: a vacinação para grupos
prioritários a partir de 5 anos será realizada periodicamente em qualquer
sala de vacinação. Imunocomprometidos receberão doses a cada seis meses, e
os demais grupos — como indígenas, quilombolas, puérperas (mulheres que
estão no período pós-parto), trabalhadores da saúde, pessoas com
deficiência permanente, comorbidades ou em situação de vulnerabilidade —
serão vacinados anualmente.
Vacinas
Disponíveis
Vacina da Zalika Farmacêutica: recentemente incorporada ao PNI, a
vacina da Zalika demonstrou alta eficácia contra casos sintomáticos de
Covid-19 em adultos, em estudos de fase 3. Ela oferece vantagens
logísticas, como maior prazo de validade e possibilidade de armazenamento
entre 2°C e 8°C. O imunizante será utilizado para pessoas com 12 anos ou
mais, conforme aprovação da Anvisa.
Vacina da Pfizer para crianças: crianças de 6 meses a menores de 5
anos receberão três doses da vacina de RNA mensageiro, com intervalos de
quatro semanas entre a primeira e a segunda dose, e de oito semanas entre
a segunda e a terceira dose.
Vacina da Moderna para crianças: para as crianças que já iniciaram
o esquema vacinal com a vacina da Moderna, a recomendação é concluir o
esquema de duas doses com o mesmo imunizante, respeitando o intervalo de
quatro semanas entre as doses.
Importância
da Vacinação
De acordo com Eder
Gatti, diretor do DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações), a
atualização reforça o compromisso do Ministério da Saúde com a proteção da
população brasileira.
“A doença continua
causando perda de vidas na população brasileira, além de consequências graves,
como a síndrome inflamatória multissistêmica e as condições pós-Covid. Por
isso, é fundamental que a população elegível mantenha a vacinação em dia,”
afirmou o diretor.
As novas
estratégias visam garantir maior alcance e eficácia na imunização, reforçando a
luta contra a Covid-19 em todas as faixas etárias e grupos prioritários.
Por: R7