Segunda-feira, 05 de maio-(05) de 2025
Matéria da Agência Brasil
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Foto: Valter
Campanato/ Agência Brasil |
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que
a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada a 14,75% ao ano na reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre nesta terça (6) e quarta-feira
(7). A cada 45 dias, o colegiado do BC reúne-se, em Brasília, para definir os
juros básicos da economia. A expectativa do mercado é que esta seja a última
alta da Selic este ano.
A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (5), pesquisa
divulgada semanalmente pelo BC sobre os principais indicadores econômicos. Em
sua última reunião, em março, o Copom elevou a taxa pela quinta vez consecutiva
para 14,25% ao ano.
Política monetária
A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após chegar a
10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em
setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e três de
1 ponto percentual. Agora, a expectativa é que ela suba 0,5 ponto.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2025 em 14,75% ao ano.
Para o fim de 2026, a estimativa é de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano.
Para 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao
ano e 10% ao ano, respectivamente.
A taxa básica é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de
inflação. Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está
aquecida, apesar de sinais de moderação na expansão. Segundo o BC, a inflação
cheia e os núcleos – medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e
energia – continuam em alta.
O órgão alertou que existe o risco de que a inflação de serviços
permaneça alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do
governo. Na reunião de março, Copom informou que elevará a taxa Selic “em menor
magnitude” na reunião desta semana, mas não deixou pistas para o que acontecerá
depois disso.
Inflação
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem
o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram
outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como
risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais
altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais
barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a
inflação e estimulando a atividade econômica.
Nesta edição do Focus, a previsão do mercado financeiro para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial
do país – passou de 5,55% para 5,53% este ano. Para 2026, a projeção da
inflação foi mantida em 4,51%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%,
respectivamente.
A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve
ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta
é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Em março, a inflação fechou em 0,56%, pressionada principalmente pelos
preços dos alimentos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Apesar dessa pressão, o IPCA perdeu força em relação a fevereiro,
quando marcou 1,31%. No acumulado em 12 meses, a inflação soma 5,48%.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia
brasileira este ano permanece em 2%. Para 2026, a expectativa para o Produto
Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) também
ficou em 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em
2%, para os dois anos.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o
quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021 quando o
PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,86 para o fim deste ano. No
fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,91.
Por: Agência Brasil