Segunda-feira, 14 de julho-(07) de 2025
Ministro afirma que governo se reunirá nos próximos dias com o
setor privado e analisa a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica.
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(Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil) |
O governo federal vai trabalhar para
reverter a imposição de tarifas comerciais sobre as exportações do Brasil aos
Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente Donald
Trump.
“Nós vamos trabalhar para reverter
isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o
consumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se
justifica. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou o
vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio, Geraldo Alckmin, após a inauguração do Novo Viaduto de Francisco
Morato, em São Paulo, neste domingo (13).
Segundo Alckmin, o governo se reunirá nos próximos dias com o
setor privado, e também está sendo analisada a aplicação da Lei de
Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que estabelece critérios para a
suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas
a direitos de propriedade intelectual, em resposta a medidas unilaterais
adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a
competitividade internacional brasileira.
“Os Estados Unidos têm conosco superávit na balança comercial,
tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados
Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança. E o Brasil e os Estados
Unidos têm uma integração produtiva. Nós temos 200 anos de amizade com os
Estados Unidos. Então, não se justifica e o mundo econômico precisa de
estabilidade e de previsibilidade”, disse Alckmin.
O líder
norte-americano anunciou uma taxa de 50% sobre todos os produtos
importados dos brasileiros. A informação foi feita por meio de uma carta ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As tarifas passam a valer a partir
do dia 1º de agosto.
No documento,
Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no
Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O
presidente norte-americano também destacou ordens do STF emitidas contra
apoiadores do ex-presidente brasileiro que mantêm residência nos Estados
Unidos. Trump cita ainda supostos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições
livres e a violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
“A forma como o
Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em
todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma
vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça
às Bruxas que deve acabar imediatamente!”, escreveu Trump.
IPI zero
Alckmin lembrou
ainda do início da aplicação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
zero para o carro sustentável, medida anunciada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na última semana, que retira o imposto do valor dos carros de
entrada, ou seja, torna-os mais baratos.
“Isso pode reduzir o preço do carro de entrada em R$ 10.000, R$
12.000. É uma medida importante que ajuda a população a ter acesso àquele carro
mais barato e sustentável, um carro que não polui. Privilegia a eficiência
energética, a questão da sustentabilidade e também é social”, disse Alckmin.
O decreto assinado
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (10) abrange
veículos compactos produzidos no Brasil e com alta eficiência ambiental e
integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), lançado no
ano passado, visando a descarbonização da frota automotiva do país, por meio de
incentivos fiscais, especialmente em relação às alíquotas do (IPI).
Para ter direito
ao IPI zero, o carro sustentável deve atender a quatro requisitos: emitir menos
de 83 gramas de gás carbônico (CO₂) por quilômetro, conter mais de 80% de materiais recicláveis, ser fabricado no Brasil (etapas como soldagem, pintura,
fabricação do motor e montagem), se enquadrar em uma das categorias de
carro compacto (veículo de entrada das marcas).
Por: Agência Brasil