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Brasil registra 1º caso de câncer raro ligado a implante de silicone

Quinta-feira, 21 de agosto-(08) de 2025
Mulher de 38 anos morreu após diagnóstico de carcinoma raro associado a implante de silicone. Caso é o primeiro registrado no Brasil.
O Brasil registrou o primeiro caso de um câncer raro associado ao implante de silicone nas mamas. A paciente, uma mulher de 38 anos, morreu após complicações do carcinoma espinocelular, tipo de tumor já descrito em outros 16 casos no mundo.

O caso ocorreu em 2023 e foi divulgado no mês passado em estudo publicado na revista Annals of Surgical Oncology. A pesquisa foi coordenada pelo mastologista Idam de Oliveira Júnior, da Sociedade Brasileira de Mastologia e do Hospital de Amor, em Barretos.

O carcinoma espinocelular não é classificado como câncer de mama, pois se desenvolve nas células da cápsula fibrosa formada ao redor do implante, e não nas glândulas mamárias. A paciente havia colocado próteses texturizadas em 2005. Dezoito anos depois, apresentou aumento no volume da mama esquerda e dor local. A biópsia confirmou o tumor após a troca do implante.

Encaminhada ao centro oncológico, já apresentava lesões avançadas que invadiram músculos e ossos da parede torácica. Apesar da mastectomia, o câncer voltou e se espalhou, levando à morte dez meses após o diagnóstico.

Segundo Oliveira Júnior, a agressividade do carcinoma está ligada tanto ao comportamento da doença quanto ao diagnóstico tardio. Ele alerta que médicos devem investigar sinais como aumento do volume unilateral da mama, acúmulo de líquido e massas palpáveis.

Para o oncologista Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or, o caso deve servir de alerta para especialistas, mas não de alarme para pacientes. “Não chegam a 20 casos relatados mundialmente. Milhares de mulheres fazem implantes todos os anos, e a chance de ocorrência é extremamente baixa”, disse.

Bruna Zucchetti, oncologista do Hospital Nove de Julho, explica que o diagnóstico exige exames como mamografia, ultrassom e biópsia, já que o tumor costuma se manifestar por massa palpável e não aparece em rastreamentos usuais.

Embora raro, o carcinoma espinocelular associado a implantes exige atenção médica. Especialistas reforçam que não há indicação para troca preventiva de próteses e que os implantes continuam sendo considerados seguros. O estudo brasileiro reuniu todos os casos descritos no mundo e acrescentou o primeiro registro nacional, buscando contribuir para o diagnóstico precoce e padronização do tratamento.



Por: Luís Gomes com Portal NE1

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