Quarta-feira, 22 de outubro-(10) de 2025
Matéria do Portal ParaíbaOnline
A brasileira Daniela Marys de Oliveira, de 35 anos, está presa
no Camboja sob a suspeita de tráfico de drogas.
Natural
de Minas Gerais e arquiteta de formação, ela morava em João Pessoa, na Paraíba,
desde novembro de 2024, e havia deixado o Brasil no início de 2025 após
conseguir uma vaga de trabalho na área de telemarketing no país asiático.
A
família afirma que Daniela foi enganada e vítima de tráfico humano ao chegar ao
Camboja.
De
acordo com as autoridades locais, a polícia cambojana encontrou drogas no
apartamento onde Daniela morava.
Caso
seja condenada, a pena pode chegar a 20 anos de prisão, conforme as leis do
país. A família, no entanto, sustenta que as drogas foram plantadas para
incriminá-la e que ela teria sido alvo de uma armadilha após recusar participar
de um esquema de golpes pela internet.
Segundo
relato da mãe, Myriam Marys, Daniela vinha mantendo contato frequente com a família
até fevereiro deste ano.
A
partir de março, as mensagens passaram a ser enviadas por supostos golpistas,
que pediram dinheiro alegando que ela precisava pagar uma multa contratual de 4
mil dólares.
Após
o envio do valor, a brasileira conseguiu ligar para a mãe informando que estava
presa, alegando que foi detida injustamente.
Daniela
está detida na prisão Provincial de Banteay Meanchey, uma unidade conhecida por
sua superlotação e más condições. Segundo organismos internacionais, o sistema
penitenciário do Camboja enfrenta graves violações de direitos humanos, com
detenções arbitrárias e casos de tortura.
Relatórios
da Anistia Internacional apontam que o país mantém prisões operando até 200%
acima da capacidade, e cerca de 75% dos detentos estão em regime de prisão
preventiva.
A
família da arquiteta acredita que o caso de Daniela se enquadra em tráfico
humano, conforme o Protocolo de Palermo, ratificado pelo Brasil em 2004.
O
documento define que, mesmo que uma pessoa aceite viajar por vontade própria,
se essa decisão for obtida por meio de fraude, coação ou abuso de poder, ela é
considerada vítima de tráfico.
O
julgamento de Daniela Marys está marcado para esta quinta-feira (23) no
Camboja.
Por: ParaíbaOnline

