Sexta-feira, 14 de novembro-(11) de 2025
José Carlos Oliveira comandou o
Ministério da Previdência em 2022
O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social José
Carlos Oliveira e ao menos dois parlamentares são investigados por
suposto envolvimento na cobrança ilegal de mensalidades associativas de milhões
de aposentados e pensionistas. Eles são alvo de uma nova etapa da operação
Sem Desconto que a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União
(CGU) deflagraram nesta quinta-feira (13).
Servidor de
carreira do instituto, Oliveira presidiu o INSS de novembro de 2021 a março de
2022, quando assumiu o comando do Ministério da Previdência Social, onde
permaneceu até o fim do governo Bolsonaro, em 31 de dezembro de 2022. Na
época, ele atendia pelo nome de José Carlos Oliveira, o qual alterou
recentemente, por motivos religiosos, para Ahmed Mohamad Oliveira.
Em
setembro, Oliveira depôs à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) do INSS e assegurou só ter tomado ciência da fraude relacionada às
mensalidades associativas em abril deste ano, após a deflagração da primeira
etapa da Operação Sem Desconto.
Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça,
a operação desta manhã também atingiu o deputado federal Euclydes Pettersen
Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual maranhense Edson Cunha de Araújo
(PSB-MA), alvos de mandados judiciais de busca e apreensão.
Pettersen é citado
nas investigações da PF e da CGU por supostamente ter vendido um avião a uma
das entidades associativas investigadas. Já Araújo é vice-presidente de outra
das associações, a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e
Aquicultura (CBPA).
A Agência
Brasil tenta contato com a defesa do ex-ministro e
dos deputados Euclydes Pettersen Neto e Edson Cunha de Araújo e atualizará esta
reportagem tão logo consiga suas manifestações.
Operação
Policiais federais
e auditores da CGU estão cumprindo 63 mandados de busca e apreensão, 10
mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares diversas da prisão em
15 unidades da federação.
Os cumprimentos
atingem os estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal.
“Estão sendo
investigados os crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais,
constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção
ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial”, divulgou
a Polícia Federal.
Mais cedo, a PF
informou que prendeu o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) Alessandro Stefanutto.
A defesa
de Stefanutto informou que, até o momento, não teve acesso ao teor da
decisão que resultou na prisão de seu cliente.
“Trata-se de uma
prisão completamente ilegal, uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo
de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de
investigação”, diz a nota ao manifestar confiança de que comprovará a inocência
do ex-presidente do instituto.
Por: Agência Brasil

