Quinta-feira, 20 de novembro-(11) de 2025
Ataque ocorreu no oeste do país e fez
com que vizinhas Polônia e Romênia mobilizassem caças e fechassem espaço
aéreo temendo incursão de drones ou mísseis.
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| (Reprodução) |
Em mais uma noite de extrema violência
na guerra aérea na Ucrânia, um mega-ataque russo deixou ao menos 25 mortos
nesta quarta-feira (19) em uma importante cidade no oeste do país invadido em
2022. As vizinhas Polônia e Romênia mobilizaram caças e fecharam espaço aéreo
temendo incursão de drones ou mísseis.
Desta vez, diferentemente de outras
ocasiões, isso não ocorreu. Não que faltassem candidatos: Moscou lançou 524
drones e mísseis principalmente contra o oeste ucraniano. Em Ternopil, que fica
a 120 km do centro regional de Lviv, um bloco residencial foi atingido
diretamente.
Além dos mortos, há ao menos 73
feridos, 15 deles crianças, segundo a prefeitura. Kiev afirmou ter derrubado
442 dos 476 drones e 41 dos 48 mísseis lançados, com 14 pontos de impacto
direto e 6 atin gidos por destroços.
O Ministério da Defesa russo afirmou
que a ação era uma represália por “ataques terroristas” ucranianos contra seu
território, mirando infraestrutura militar e energética. Toda as regiões do
vizinho terão blecautes programados nesta quarta, e a distribuição de gás encanado
está prejudicada isso com as temperaturas no país chegando a zero grau Celsius.
Na via contrária, Kiev promoveu um
ataque bastante simbólico contra Voronej, empregando mísseis de artilharia
americanos ATACMS no limite de seu alcance de 300 km. Nunca eles haviam sido
disparados tão longe.
A Rússia afirma que derrubou os quatro
projéteis lançados. A Ucrânia afirmou terem sido nove, e que alguns atingiram
alvos. A Ucrânia vem pedindo a aliados mais armas com alcance maior, como
mísseis Tomahawk americanos, e o ataque é um lembrete das vulnerabilidades
russas.
A tensão da noite levou a Romênia a
colocar caças F-16 no ar, enquanto a Polônia fez o mesmo e ainda fechou os
aeroportos e o espaço aéreo em Rzeszow e Lublin, no leste do país.
A tensão é especialmente grande com
Varsóvia, que foi objeto de uma grande incursão de drones russos em setembro e
no domingo (16) viu uma bomba explodir um pedaço da linha férrea que liga a
capital à fronteira ucraniana.
O governo acusa a Rússia de ter usado
na ação dois ucranianos, que fugiram para Belarus. Nesta quarta, o chanceler
Radoslaw Sikorski elevou o tom em fala ao Parlamento, dizendo que o incidente
foi “um ato de terrorismo de Estado” contra a Polônia.
Em retaliação, anunciou o fechamento do
último dos três consulados russos ainda operação no país, em Gdansk (norte). O
Kremlin, que nega a autoria e atribui a acusação a russofobia, afirmou lamentar
a decisão e que haverá resposta proporcional contra a representação polonesa na
Rússia.
Em outra frente de atrito com membros
da aliança militar Otan, o Reino Unido disse que estuda “opções militares” se
considerar que um navio de mapeamento submarino russo que está ao norte da
Escócia “se tornar uma ameaça”. Aeronaves foram enviadas para monitorar as
ações da embarcação.
Em solo, a guerra segue pendendo para o
lado russo. Batalhas encarniçadas ocorrem na região de Pokrovsk (leste),
retirando forças de Kiev da frente de Zaporíjia (sul), onde Moscou tem feito
avanços mais rápidos. Já Kupiansk (norte) está prestes a se tornar a primeira
cidade de porte médio ucraniana a cair duas vezes em mãos russas no conflito.
Tudo isso se desenrola em meio à
tentativa do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de reanimar conversas de
paz. Ele se encontra nesta quarta com o colega turco Recep Tayyip Erdogan, que
tem boas relações com Vladimir Putin, e enviados americanos.
O Kremlin decidiu não mandar ninguém ao
encontro. O porta-voz Dmitri Peskov também minimizou o relato do site americano
Axios de que Donald Trump tem um novo plano, de 28 pontos, para acabar com a
guerra. Segundo ele, não há novidades desde que o republicano cancelou uma nova
cúpula com Putin, no mês passado.
Por: Folhapress

