Quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Em pronunciamento na tribuna do Senado
Federal, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) prestou homenagem ao Dia do
Nordestino, transcorrido no último dia 08 de Outubro. Ele disse que tem um
“orgulho imenso” de ser nordestino e que, mesmo com as dificuldades climáticas
e a crise hídrica, o Nordestino é “forte e bravo”.
O senador lembrou das causas que tornam difícil a vida do nordestino e
disse que os seis anos ininterruptos de seca dizimaram cerca de 70% do rebanho
de gado, o que diminuiu a “poupança” de milhões de nordestinos que investiram
na criação de animais.
Ele disse que a seca, associada à crise econômica, aumentou ainda mais o
sofrimento, a angústia e o desespero dos nordestinos; e lamentou também os
baixos investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) no Nordeste.
Lira apontou o atraso de quase cinco anos na conclusão das obras de
transposição, lembrando que a obra poderia não ser tão emergencial, caso não
houvesse o sucateamento do Departamento Nacional de Obras contra a Seca
(DNOCS), órgão do governo responsável pela construção e manutenção de barragens
e açudes na região.
— Hoje o que mata a sede do nordestino são essas barragens feitas a partir
de 1942, no Nordeste brasileiro, pelo DNOCS. Essas barragens estão salvando a
população dessa grande crise hídrica. E todas essas barragens estão
danificadas, estão estragadas, porque, em função do sucateamento do DNOCS, elas
não foram mantidas, não foi dada a elas a manutenção necessária – destacou
Raimundo Lira.
Vaquejadas
Lira também comentou decisão do Supremo Tribunal Federal –
STF que, por seis votos a cinco, optou pela inconstitucionalidade de uma lei
cearense que regulamenta a vaquejada, atividade cultural que se manifesta há
mais de cem anos no Nordeste, gerando cerca de 600 mil empregos em toda a
região, segundo Lira.
Ele lembrou que a decisão pode embasar ações para proibir a atividade no
restante do país, o que geraria ainda mais desemprego. Para Lira, se o STF
considera a vaquejada cruel com os animais, o que falar da criação de frangos
em cativeiro, atividade que não leva em conta o bem-estar das aves, disse ele,
explicando os maus tratos com os pintos.
“Eu estou falando nos 600 mil empregos que vão ser fechados no Nordeste,
depois de tanta crise, tanto sofrimento, tanta angústia e tanta desvalorização
de patrimônio. É mais uma dificuldade para o Nordeste brasileiro. Essa decisão,
tomada pelo STF por 6 votos a 5 mostra que não houve consenso”, destacou
Raimundo Lira.
PB Agora com Ascom