Terça-feira, 22 de novembro de 2016
As causas
mais frequentes para a mortalidade de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos)
de Campinas entre 2010 e 2014 foram os tumores, as doenças cardiovasculares, as
causas externas e as infecto parasitárias, que juntos foram responsáveis por
68,3% do total de óbitos.
Os tumores corresponderam a 24,6%
dos óbitos de mulheres em idade fértil. As doenças do aparelho circulatório
foram responsáveis por 18,5% dos casos, as causas externas (acidentes e
violência) foram 17,2% e as doenças infecto parasitárias, 8%.
Os dados
foram apresentados no 53º boletim divulgado
pelo Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS) da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Universidade de Campinas (Unicamp).
Já as mortes maternas
relacionadas à gravidez, parto e puerpério corresponderam a 2,2% dos óbitos
registrados. De acordo com a pesquisa, que analisa dados dos últimos 20 anos, o
número de mortes obstétricas diretas aumentou de 19 para 31, de 2000 a 2014, e
as indiretas passaram de 19 a 11, no mesmo período.
“Em Campinas, são investigados
todos os óbitos de mulheres em idade fértil, independentemente da causa do
óbito. A investigação é realizada por meio da revisão de prontuários
ambulatoriais e hospitalares, entrevistas com familiares e checagem no Serviço
de Verificação de Óbitos”, explicou a professora de Epidemiologia do
Departamento de Saúde Coletiva da FCM e coordenadora do CCAS, Marilisa Berti de
Barros.
De acordo com a pesquisa, a queda
do risco de morte das mulheres em idade fértil foi de 33,4% entre 1995 e 2004,
e de 8,3% entre 2005 e 2014. Apenas as mortes relativas aos acidentes de
trânsito e pneumonia apresentaram aumento entre 2000 e 2014. Segundo a
pesquisa, entre as mulheres mais jovens, as causas externas, ou seja, em
consequência de acidentes e de violência, constituem os óbitos mais frequentes.
Mortes maternas
Segundo a Unicamp, a cidade de
Campinas realiza a investigação dos óbitos maternos desde 1998 e em 2001 criou
o Comitê Municipal de Vigilância do Óbito Materno e Infantil (CMVOMI). A partir
de 2006, o comitê passou a agregar profissionais das equipes de vigilância dos
Distritos e representantes dos hospitais universitários e maternidades de
Campinas.
De 2000 a 2014, o Comitê
identificou 80 mortes maternas, mas em 22 delas esta causa não constava na
declaração de óbito. As principais causas de morte materna em Campinas foram a
hipertensão, as hemorragias e as doenças prévias que tiveram complicação
durante a gestação e parto.
Em relação ao percentual de mães
adolescentes, a pesquisa mostra que houve redução de 33,1% entre 2000 e 2010,
mas que houve aumento de 6,9% entre 2010 a 2014.
A pesquisa apontou também o
aumento do número de consultas no pré-natal e que o número de gestantes que
tiveram seis ou menos consultas diminuiu. Em termos de pré-natal, a pesquisa
apontou que o número de consultas aumentou no período estudado e que houve
redução no número de gestantes que tiveram seis consultas ou menos de
pré-natal.
Em relação ao nascimento de bebês
prematuros, o período mais recente indica percentual maior: entre 2000 e 2004 a
média foi 7,7% de crianças prematuras, e no período de 2010 a 2014 a média foi
de 12,8% de crianças prematuras.
180 Graus