Sábado, 17 de dezembro de 2016
Foto: Yasuyoshi Chiba
O juiz Vallisney Souza Oliveira, da Justiça
Federal do Distrito Federal, aceitou denúncia do Ministério Público e abriu
ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o filho dele Luis
Cláudio Lula da Silva e dois empresários pelos crimes de tráfico de influência,
lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito das investigações da
Operação Zelotes.
O G1 procurou o Instituto Lula e aguardava resposta até a última
atualização desta reportagem. Quando a denúncia foi oferecida, os advogados de
Lula acusaram o Ministério Público de transformar a denúncia em um
"espetáculo midiático", negaram irregularidades cometidas por ele e o
filho Luís Cláudio e disseram que a denúncia era "fruto de novo
devaneio".
Com a decisão do juiz, Lula se tornou réu pela quarta vez. O ex-presidente
da República já é alvo de ação na Operação Lava Jato, no Paraná, e de duas
ações na Justiça de Brasília - uma por suspeita de tentar prejudicar delação
premiada e outra por tráfico de influência envolvendo a Odebrecht.
Lula também é alvo de outros quatro inquéritos, em procedimentos no
Supremo Tribunal Federal, em Brasília e no Paraná.
A denúncia relacionada à Operação Zelotes foi apresentada na semana
passada e é resultado de investigações sobre compra de caças suecos e sobre a
aprovação de uma medida provisória que envolveu incentivos fiscais a montadoras.
Segundo o Ministério Público, os crimes apontados na nova denúncia foram
praticados entre 2013 e 2015 quando lula, como ex-presidente, participou de um
esquema no qual prometeu beneficar empresas de Mauro Marcondes e Cristina
Mautuoni junto ao governo.
À TV Globo, a defesa dos empresários, que também se tornaram réus, disse
que em respeito ao juiz Vallisney só irá se manifestar nos autos do processo.
Segundo o MP, durante as investigações não foram encontrados indícios de
que a ex-presidente Dilma Rousseff, à época chefe do Executivo, tivesse
conhecimento do esquema.
Em troca, diz a denúncia, os empresários repassaram cerca de R$ 2,5
milhões a Luis Cláudio Lula da Silva.
Segundo relatório da Polícia Federal, não houve prestação de serviços. A
PF diz também que o material produzido pela empresa do filho de Lula era cópia
de material disponível na internet.
G1