Sexta-feira, 06 de janeiro de 2016
O Papa
Francisco manifestou, nesta quarta-feira (4), sua dor e preocupação após as 56
mortes durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de
Manaus, no Amazonas. A rebelião foi a mais violenta desde o Massacre do
Carandiru, em 1992.
“Quero
expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos
mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que
trabalham nela”, disse o papa durante uma audiência-geral no Vaticano.
“Eu gostaria
de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de
reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam
dignas de seres humanos”, disse o pontífice. O Papa Francisco já recebeu
detidos no Vaticano e, em suas viagens ao exterior, muitas vezes visitou
prisões.
Além dos
mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do
Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o
números de presos mortos esta semana no Amazonas.
Entidades
internacionais também criticaram a omissão das autoridades brasileiras, de
acordo com o Bom Dia Brasil. O Alto Comissariado da Organização das Nações
Unidas (ONU) para os Direitos Humanos cobrou uma investigação imediata e
independente. A ONU afirma que os detidos estão sob custódia do estado e, por
isso, as autoridades têm a responsabilidade sobre o que acontece com elas. A
ONU fez um apelo para que os responsáveis respondam judicialmente.
Já Anistia
Internacional atribuiu o massacre à negligência das autoridades e à
superlotação dos presídios brasileiros. A ONG ainda lembrou que as condições da
unidade prisional já tinham sido denunciadas pelo Conselho Nacional de Justiça,
mas as medidas necessárias para corrigir o problema não foram tomadas.
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