Domingo, 12 de fevereiro de 2017
O
jogador paraibano, da cidade de Sousa, no Sertão do estado, Tiquinho Soares
está dando o que falar nas terras portuguesas. Comparado frequentemente ao
também paraibano, jogador Hulk, Soares tem ajudado o seu novo clube a seguir na
Primeira Liga, estando a apenas um ponto do líder, Benfica.
O jogador estreou pelo Porto na semana passada e em grande estilo: fez os
dois gols da vitória sobre o Sporting.
O Jornal O Jogo, trouxe a vitória desse sábado do Porto em cima do V.
Guimarães em sua matéria de capa e destacou a atuação e história do jogador
paraibano. Confira:
SOARES: UM DRAGÃO DA TERRA DOS DINOSSAUROS
Foi numa escolinha de futebol de Sousa, sertão do estado da
Paraíba, conhecida como“Terra do Vale dos Dinossauros” por possuir o maior
trilho do mundo com pegadas dessa espécie já extinta, que Soares apareceu para
o mundo do futebol. Hoje, está em condiçõesde deixar uma marca tão forte como
as tais pegadas de dinossauros. O JOGO foi às origens para perceber quem era
Tiquinho antes de ser Soares, que era um menino franzino antes de se tornar um
ponta de lança poderoso.
Filho de pedreiro e de doméstica,
Francisco Soares vendia gelados na rua para ajudar os pais. Ainda na infância,
também dedicava o seu tempo a jogar futebol nos campinhos do Bairro do Angelin.
Foin essa altura que ganhou dos familiares o apelido de “Tiquinho” por causa da
sua débil condição física. Magro, ágil e habilidoso, foi convidado a participar
nos treinos da escolinha de futebol do bairro, o Centro Recreativo do Angelin.
“Soares sempre foi um menino de boa conduta, sempre teve vocação
para ser profissional, por ser muito dedicado e por causa dos sonhos que
alimentou. Eu fui o primeiro treinador, ainda nos tempos em que ele jogava na
minha escolinha, o Centro Recreativo do Angelin”, apresenta-se Nildo Lima,
treinador e amigo de infância.
“Foi triste vê-lo partir para outra
cidade, mas a minha felicidade veio depois”, completa. No início dos anos 2000,
Tiquinho partiu com os pais com destino a Natal, capital do estado do Rio
Grande do Norte. Passou depois por vários clubes. Brilhou nos sub-17 do
Palmeira de Rocas, onde foi o melhor marcador com 20 gols e saiu para o América
de Natal, um clube referência no Nordeste brasileiro. Lá as coisas não correram
muito bem e o avançado passou pelo Palmeiras de Alagoinha, Caicó e Corinthians
Alagoano antes de voltar à Paraíba, para jogar no Botafogo local.
Em 2011 desceu novamente para o Sousa
Esporte Clube. De rejeição em rejeição, e com períodos tão curtos em todas as
equipes onde jogou, Soares equacionou abandonar o futebol. Felizmente para ele,
apareceu o Centro Sportivo Paraibano, onde voltou a aparecer.
“O Tiquinho despertou o interesse do CSP jogando contra a nossa
própria equipe em jogo da Copa Paraíba, quando ainda defendia o Botafogo – PB.
Após o interesse, assinamos e asseguramos os direitos de passe do atleta”,
confirmou Josival Alves, presidente do CSP.
Mas, mais uma vez, não correu como
planejado e o atacante foi emprestado ao Cerâmica, Veranópolis e,
posteriormente, ao Pelotas. Terminaria ali a sua passagem pelo futebol
brasileiro. Depois, veio o Nacional e o resto da história já se sabe. A ligação
a Sousa, no entanto, não se perde, no entanto. Visita frequente, o goleador é
uma referência para os meninos que continuam a vender gelados na rua e
alimentam o sonho de também cruzar o Atlântico.
E ajuda muito, desde o apoio moral até
à doação de material desportivo. “Agradeço sempre a ele por ser um profissional
e um ser humano fantástico, que não esquece as suas origens” – afirmou Josival
Alves. Soares chegou a participar em palestras e envia vídeos e discursos para
que os treinadores possam mostrar a sua história a quem sonha um dia brilhar
num grande time Europeu, como Soares está agora a fazer no FC Porto. Afinal,
ele próprio é uma história de superação.
Foi o CSP, de Paraíba, que adquiriu o
passe de Soares e transferiu para Portugal 50% do mesmo. Deco comprou o
restante.
PB Agora com O Jogo