Segunda-feira, 03 de julho de 2017
O AVC e a embolia pulmonar,
juntos, mataram em média dois paraibanos por dia em 2017. No total, desde 2015,
já foram registrados 2.445 óbitos no Estado em decorrência destes problemas.
Somente em João Pessoa, 54 pessoas morreram em decorrência de Acidente Vascular
Cerebral do tipo isquêmico (AVC) e embolia pulmonar em João Pessoa este ano.
Conforme os dados da Secretaria Municipal (SMS), de 2007 até este ano foram 182
mortes ocasionadas por embolia pulmonar e 1.068 por AVC registradas na cidade.
Entre as causas
comuns desses dois problemas graves está a formação de coágulos no sangue e,
posteriormente, o risco do trombo. O neurologista e assistente da divisão de
clínica neurológica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Mauricio Hoshino, lembra que os fatores de risco
para a formação de coágulos são principalmente causas genéticas, tabagismo,
doenças cardíacas e obesidade. O problema no coágulo acontece quando esse se
desprende da parede da veia e passa a circular pela corrente sanguínea.
Dependendo do
tamanho e forma, ele pode se prender novamente a parede de uma veia ou artéria,
causando graves complicações. Ele lembra que a trombose do tipo venosa é a que
mais apresenta sinais físicos que podem indicar uma situação mais grave, como
inchaço, dores e vermelhidão em apenas em uma das pernas (na região da
panturrilha).
Contudo, este tipo
ocorre em menos de 30% dos casos. Normalmente, a trombose profunda é a mais
comum e, geralmente, a pessoa não apresenta sintomas. Prevenção. Mulheres são
mais vulneráveis aos problemas vasculares
“Essa trombose
afeta as veias mais profundas e pode ocorrer em após cirurgias ortopédicas, de
prótese, quadril, joelhos, pacientes de UTI, quando a pessoa fica mais tempo em
repouso. Por isso, em todas essas situações, são utilizados medicamentos
profiláticos e anticoagulantes para que o coágulo não migre para outras partes
do corpo e ou vá para o pulmão, causando a embolia pulmonar. O remédio não
dissolve o coágulo, mas controla a situação”, explicou Maurício Hoshino.
Sobre a embolia
pulmonar, o neurologista alertou que “a doença acontece da mesma forma que a
trombose, no entanto a interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos do pulmão
compromete a oxigenação do sangue e a funcionalidade do órgão, causando tosse e
dificuldade para respirar”.
O médico lembrou
ainda que as mulheres são mais vulneráveis a desenvolver coágulos. Além dos
fatores de risco já mencionados, as pacientes que fazem uso de
anticoncepcionais ou tem problemas graves de circulação devem ficar atentas.
“No caso das mulheres, a influência hormonal é um fator a mais que pode
influenciar na formação de coágulos. Mas, vai depender do histórico da paciente
e da medicação”, explicou o neurologista.
PBAgora