Segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
Festa na
Paraíba teve bolo personalizado com CNH; Darlene ainda fez duas promessas
religiosas.
Darlene Soares foi reprovada 8 vezes na baliza de carro e fez
festa com 'bolo de CNH' para comemorar quando tirou habilitação, na Paraíba
(Foto: Darlene Soares/Arquivo Pessoal)
Depois de ser reprovada oito vezes em exames do Departamento
Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), durante dois anos de tentativas, a
executiva comercial Darlene Soares, 25 anos, conseguiu tirar a Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B (carro). Feliz com a conquista,
ela fez uma festa para amigos e familiares, com direito a bolo personalizado de
CNH.
A comemoração aconteceu em Boa
Vista, município no Cariri paraibano, onde ela mora. A luta de Darlene foi tão
longa que na cidade todo mundo sabia das reprovações.
"Minha cidade tem uns cinco mil habitantes. Por onde eu passava o povo perguntava: e a carteira, Darlene?", disse.
A luta pela carteira de habilitação começou em janeiro
de 2016, quando Darlene começou a fazer autoescola para as categorias A e B
(moto e carro). Na hora da aula prática começou a confusão. “Eu comecei na
autoescola. Moto eu já sabia pilotar, mas tinha mais dificuldade nas aulas. Já
no carro eu não tinha experiência, mas não tive dificuldade em fazer os treinos
na autoescola”.
Na prova prática no Detran, o exame
para motocicleta acabou dando certo e ela foi aprovada na primeira tentativa.
Já no teste para carro ela não teve a mesma sorte. “Na primeira tentativa eu
bati o carro. Daí eu criei um trauma”, disse Darlene. A decepção e o medo eram
tantos que a jovem chegou a perder peso e a ter insônia.
Eu emagreci. Eu não comia dias nos antes de fazer a prova. Perdi uns 6 quilos, tive insônia. Além disso eu sou uma pessoa que chora por tudo, mas pelo Detran eu chorava muito", contou.
Quando
as tentativas de aprovação estavam próximas de completar um ano, ao perceber
que poderia perder o processo, por causa do prazo de validade, Darlene desistiu
da categoria B (carro) e ficou só com a carteira A para moto. “Toda vez que eu
era reprovada, eu saía do Detran chorando. Fiquei só com [habilitação para]
moto mesmo”, disse.
Darlene fez bolo personalizado de CNH para comemorar
habilitação após oito reprovações, na Paraíba (Foto: Darlene Soares/Arquivo
Pessoal)
Passados mais alguns meses, em junho de 2017, Darlene
resolveu voltar a tentar tirar a carteira para carro. Mudou de autoescola e
retomou o processo. “Nessa volta eu tive mais confiança. Meu pai é carreteiro e
me ajudou muito. Minha mãe me deu muita força e minha amiga Rayane, que sempre
mandava mensagens dando apoio”.
No novo processo foram mais seis
meses de aulas e testes. No dia 19 de janeiro, enfim, ela fez a prova prática,
conseguiu passar no teste de baliza para carro e conquistar a carteira, agora
nas categorias A e B.
Festa com bolo personalizado de CNH
De tanto ser
provocada por amigos e familiares após as reprovações, Darlene prometeu que
faria uma grande festa ao conseguir tirar a CNH. No domingo (21), reunida com
amigos e familiares, ela comemorou a conquista com uma festa... E as
comemorações se estenderam até a terça-feira (23).
Em uma rede social, Darlene publicou
com orgulho as fotos da festa e, claro, da CNH. “Foram 8 reprovações, isso
mesmo! Mas o que não faltou foi luta e persistência para alcançar o meu
objetivo. Pois é, estou devidamente habilitada, e como prometido teve festinha
sim, poque essa não podia passar em branco. Respeita porque ela tem CNH,
ela!!!”, dizia a jovem na postagem.
Darlene Soares foi reprovada 8 vezes na baliza de carro e fez
uma festa pra comemorar aprovação (Foto: Reprodução/Instagram )
Promessas
Além de ter
cumprido a promessa de fazer a festa, Darlene ainda está com alguns “débitos
divinos”. Na luta para tirar a CNH ela também fez promessas para dois santos
religiosos. “Uma promessa é em Boa Vista, na igreja de Bom Jesus dos Martírios,
e a outra é na festa do padroeiro da cidade de Barra de Santana. Agora é só
esperar o Detran emitir a carteira nova e sair por aí dirigindo com
responsabilidade, claro”, disse Darlene Soares.
Por Artur Lira, G1 PB