Quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Segundo título
da história da escola veio com desfile que contou história e tradições do
Maranhão. Taça só foi garantida na apuração da última nota do último jurado.
Torcida, Acadêmicos do Tatuapé, carnaval, São Paulo, SP, Anhembi (Fot: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)
A Acadêmicos do Tatuapé é bicampeã do carnaval 2018 de São
Paulo. O título só foi garantido na apuração da última nota do último jurado, e
pelos critérios de desempate: a escola ficou com a mesma pontuação da Mocidade
Alegre, Mancha Verde e Tom Maior (270 pontos), mas teve melhor desempenho no
quesito alegoria. Unidos do
Peruche e Independente Tricolar foram rebaixadas.
Muito emocionado, Eduardo dos Santos, presidente da
agremiação, defendeu o mérito da vitória e agradeceu os integrantes da escola.
"Esse é um trabalho da nossa
comunidade, do nosso time, do nosso povo. Nós somos merecedores, nós
trabalhamos muito para isso. Acho que a gente fez um belo trabalho, vamos
comemorar, eles merecem todo nosso carinho e nosso amor", disse.
Posição das escolas de samba do carnaval de São Paulo quesito a quesito (Foto: Arte/G1)
A escola da Zona Leste conquistou o segundo título da sua
história com um desfile que contou a história e tradições do Maranhão. Saiba mais
sobre o desfile da Acadêmicos do Tatuapé.
Classificação final
O G1 acompanhou ao vivo a cobertura da apuração
das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo (veja
como foi aqui). A apuração das notas aconteceu na tarde desta
terça-feira (13), no Anhembi, na Zona Norte da cidade.
Com exceção de uma nota 9,9 de um
jurado em samba-enredo, a Acadêmicos dos Tatuapé recebeu nota máxima em todos
os quesitos. A disputa, no entanto, foi apertada, com várias escolas se
revezando na lidernaça. A Tatuapé só assumiu a ponta na abertura das notas do
7º quesito: alegoria.
Apesar de ter ficado empatada com
outras três escolas, a Tatuapé ganhou por conta dos critérios de desempate. Em
sorteio, ficou definido que em caso de empate, valeria o
número de pontos nos quesitos, pela ordem: mestre-sala e porta-bandeira,
harmonia e alegoria.
Andréa Capitulino é rainha de bateria da Tatuapé (Foto: Celso Tavares/G1)
A Independente perdeu 1,2 ponto por causa de um problema
que teve com um dos carros alegóricos, que precisou ser puxado por uma
empilhadeira durante o desfile. A punição, no entanto, não influenciou no
rebaixamento da escola, já que sua pontuação foi a mais baixa mesmo sem o
desconto.
Atingida por um incêndio, a
Acadêmicos do Tucuruvi desfilou, mas não foi julgada. Ela permanecerá no Grupo
Especial. Acadêmicos do Tucuruvi, vítima de incêndio em janeiro, não foi
avaliada.
A Águia
de Ouro foi a campeã do Grupo de Acesso, seguida por Colorado do
Brás. As duas escolas sobem para o Grupo Especial em 2019 no lugar de
Independente e Peruche, que caíram.
Comparação da posição das escolas no carnaval de São Paulo em 2017 e em 2018 (Foto Arte/G1)
Desfile das campeãs
A escola
campeã, a vice, a terceira, quarta e quinta colocadas do Grupo Especial vão
participar do Desfile das Campeãs na sexta-feira (16), junto com a campeã e
vice do Grupo de Acesso.
Irão desfilar: Tatuapé, Mocidade,
Mancha Verde, Tom Maior e Dragões da Real, Águia de Ouro (campeã do Grupo de
Acesso) e Colorado do Brás (vice do Grupo de Acesso).
Abre-alas da Acadêmicos do Tatuapé se chama 'França equinocial - sonho francês' (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
Homenagem ao Maranhão
A escola da
Zona Leste apostou neste ano em um desfile tradicional que aconteceu sem
imprevistos e agradou pelo samba-enredo potente. Veja
letra de samba-enredo da Acadêmicos do Tatuapé.
Um dos destaques foi a bateria, que
interagiu com os integrantes fazendo "apagões": os instrumentos davam
trégua, e a escola podia cantar o samba.
O carnavalesco Wagner Santos estreou
na Tatuapé desenvolvendo um enredo que conhece bem, já que é maranhense. A
escola levou para a avenida 3,2 mil integrantes em fantasias luxuosas, alas
coreografadas e alegorias gigantescas.
A Tatuapé entrou no Anhembi
"navegando" com uma ala que representava o mar e as caravelas dos
portugueses. Na sequência, alas e carros mostraram a culinária, a história e a
natureza do Maranhão.
A escola conseguiu economiza mais de
R$ 600 mil, com a reciclagem de fantasias do desfile do ano passado.
Mistura de samba com reggae
A Acadêmicos do
Tatuapé ainda apostou em uma bossa ao ritmo de reggae, muito popular no
Maranhão, e em carros alegóricos que mostravam a culinária, a história e a
natureza desse estado do Nordeste do Brasil.
A bicampeã do carnaval de São Paulo
é a única escola a contar com um "rei de bateria", Daniel Manzioni.
Este ano ele foi coroado o "rei eterno" da escola durante o desfile
no Sambódromo.
Acadêmicos do Tatuapé levou para avenida carro que mostra as lendas do Maranhão (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
Trajetória da escola
Em
2017, a escola foi campeã com o enredo: "Mãe-África
conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade ao abençoado menino da
terra do ouro". No ano passado, a escola ficou com a mesma pontuação da
Dragões da Real (269,7 pontos), mas teve melhor desempenho no quesito samba-enredo
e levou o título.
A Acadêmicos do Tatuapé retornou ao
Grupo Especial em 2013. A agremiação foi fundada em 1952 e está sediada na Rua
Melo Peixoto, no bairro de mesmo nome. O primeiro título chegou após 5 anos
seguidos desfilando no Grupo Especial. Em seu retorno à elite do carnaval de
São Paulo em 2013, a Tatuapé ficou apenas na 11ª colocação. Em 2014, ficou em
6º lugar. Em 2015, terminou na 12ª colocação. Em 2016, foi a vice-campeã.
Trajetória da Acadêmicos do Tatuapé (Foto: Infografia G1)
Por G1, São Paulo