Quinta-feira, 19 de abril de 2018
Os portões fechados evitaram as vaias
no Maracanã, mas o Flamengo sabe que serão dias de críticas. A atuação fria no
empate por 1 a 1 contra o Santa Fe trouxe à tona novamente o fantasma da
primeira fase da Libertadores e deixou o clube carioca em situação, no mínimo,
incômoda, apesar de ainda liderar o Grupo 4. Das três partidas restantes, duas
serão fora de casa.
Foi um reencontro melancólico, sem
torcida, com o Maracanã. E no primeiro grande teste após mudanças no
departamento de futebol, o Flamengo foi reprovado. Passaram-se três semanas
desde que o diretor Rodrigo Caetano, Carpegiani, entre outros, foram demitidos.O clube apostou em soluções caseiras, mas em campo nada mudou.
Na madrugada desta quinta-feira, os
muros da Gávea foram pichados. Além de cobrar raça, os vândalos pediram as
saídas do presidente Eduardo Bandeira e dos meias Diego e William Arão.
Três semanas após mudanças
O dia seguinte da eliminação do
Campeonato Carioca sugeriu mudanças radicais no clube. Seis profissionais do
departamento foram demitidos, entre eles Rodrigo Caetano, que comandava o
futebol do Flamengo há mais de três anos. Diretor de sucesso na base, Carlos
Noval assumiu. Avesso aos holofotes, o dirigente falou em público apenas em sua
apresentação e adota um tom discreto.
O diretor chegou a dar um prazo de dias
para anunciar um novo treinador. No entanto, o interino Maurício Barbieri segue
no comando da equipe. Internamente, as principais decisões do departamento de
futebol seguem centralizadas no presidente Bandeira de Mello e no CEO Fred Luz.
Nas palavras do presidente, no Ninho do
Urubu, na semana passada, o Flamengo está “levando” a situação. Após ouvir a
negativa de Renato Gaúcho - o plano A - o clube se viu com poucas opções no
mercado e decidiu dar uma oportunidade para o auxiliar Barbieri. O time venceu
o amistoso contra o Atlético-GO, mas apenas empatou com Vitória (com um a menos
desde os primeiros dez minutos) e Santa Fe. O tropeço em casa, nesta quarta, já
foi o suficiente para acender novo sinal de alerta. O planejamento segue falho.
Em ano eleitoral, Eduardo Bandeira
aparenta estar desgastado com o tom das críticas, especialmente pela falta de
resultados expressivos no futebol de alto investimento. Ironicamente, escapou
das perguntas dos jornalistas após o empate no Maracanã. Ao ser chamado para
falar diante das câmeras, respondeu:
- Eu não entendo de futebol – disse Bandeira.
Fla precisa se reinventar
Nos últimos dias, o Flamengo ainda teve
uma perda importante. Everton foi seduzido pelo São Paulo, que pagou a multa
rescisória e levou o titular rubro-negro. O clube carioca ficou de mãos atadas
e, por ora, não tem um substituto à vista.
No horizonte, apenas incertezas. Em
situação incomoda na Libertadores, o Flamengo pode perder outras peças
ofensivas nos próximos meses. Felipe Vizeu está vendido e segue para a Udinese
em julho. A tendência é que Vinicius Junior siga para o Real Madrid no mesmo
mês. E as negociações com Guerrero estão travadas. O contrato do peruano acaba
em 10 de agosto.
Hoje o Flamengo está repleto de
problemas e incertezas, mas carece de soluções. O Rubro-Negro terá que se
reinventar para almejar algo maior na temporada.
Globo Esporte