Quarta-feira, 11 de abril de 2018
Estudo mostrou que bastava dormir 5 horas em uma noite
qualquer para o corpo começar a se desregular.
Dormir pouco trás malefícios a saúde (Foto: Geber86/iStock)
Quantas noites mal
dormidas temos ao longo da vida? Não dá nem para calcular, mas o que pouca
gente sabe é que esse hábito ruim pode ter consequências preocupantes no
futuro: um novo estudo do Instituto Nacional da Saúde de Maryland descobriu que
uma simples noite de sono inquieto pode aumentar a quantidade de proteínas
ligadas ao Alzheimer.
Pessoas com Alzheimer possuem grande quantidade de uma proteína
chamada Beta-amilóide, acumulada em grande quantidade no cérebro. A ciência
ainda não explica exatamente de que maneira ela influencia na doença, mas
hipóteses as relacionam diretamente com a causa do mal. E a nova pesquisa
revelou que uma noite mal dormida causa um efeito notório nos níveis de beta
amiloide.
A
descoberta foi feita através de um teste: cerca de 20 voluntários saudáveis
foram avaliados durante duas noites de sono, a primeira com um período
confortável de descanso e a segunda com bem menos tempo – cerca de 5 horas
apenas. Usando marcadores radioativos, varreduras feitas após o experimento
detectaram um aumento significativo de beta-amilóide no organismo de quem havia
dormido mal, em duas regiões do encéfalo diretamente ligadas ao Alzheimer: o
hipocampo, responsável pela memória, e o tálamo, associado a regulação do sono,
consciência e transmissão de sinais para o cérebro.
Não é a
primeira vez que sono ruim é associado ao Alzheimer. Pessoas que sofrem com
essa doença geralmente possuem histórico de noites mal dormidas anos antes dos
sintomas da doença surgirem. Um fator curioso é que o sono é reconhecidamente
importante para eliminar resíduos do cérebro – o que pode explicar porque, no
teste, as pessoas tinham mais beta-amilóide depois de dormirem menos.
Mas
conclusões definitivas ainda não podem ser tiradas. É fato que a proteína
aumentou – mas não está claro se o sono ruim é apenas um sintoma inconsequente
ou se contribui, de fato, com a doença. Ainda não há motivo para desespero,
mas, por via das dúvidas, é bom dormir mais cedo esta noite.
Superinteressante