Quarta-feira, 04 de maio de 2018
Operação comandada pelo Ministério do Trabalho resgatou 87
pessoas em situações análogas à escravidão em Alagoas
Trabalhadores eram submetidos a situações análogas à escravidão. Divulgação Ministério do Trabalho
Jornada de trabalho de 18 horas diárias, falta de acesso à água
potável e banheiro, exposição a condições insalubres e equipamentos perigosos,
ausência de proteção trabalhista.
Essas eram algumas das condições
enfrentadas por 87 pessoas que trabalhavam em duas fazendas na região de
Arapiraca, no agreste alagoano.
Nesta semana, eles foram
encontrados e resgatados pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do
Ministério do Trabalho. Foi o maior resgate realizado desde 2012.
Entre os trabalhadores
submetidos a situações de trabalho análogas à da escravidão, estavam idosos e
adolescentes com idades entre 11 e 17 anos. Os adolescentes resgatados faziam o
mesmo trabalho de adultos, utilizando facas e outros instrumentos para raspar a
casca da mandioca. O grupo ainda não define o caso como trabalho análogo à
escravidão porque a ação ainda não foi concluída.
As condições precárias e violadoras de direitos, contudo, foram
confirmadas. Segundo informações do Ministério do Trabalho, as máquinas
utilizadas para a produção apresentavam riscos graves e iminentes aos
operadores e aos demais trabalhadores que ali circulavam, sem contar o calor
excessivo e o pó característico da moagem e secagem da farinha a que os
operários eram expostos.
Devido à situação encontrada na
averiguação feita nos locais, as atividades foram encerradas pelo coordenador
da ação, auditor-fiscal do Trabalho, André Wagner. O Grupo Móvel busca um
acordo com o empregador para o pagamento dos direitos trabalhistas de todos os
resgatados.
A ação contou com a participação
da Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho e Defensoria
Pública da União e ainda não foi concluída.
Segundo o Observatório Digital
do Trabalho Escravo, ferramenta construída pelo MPT e pela Organização
Internacional do Trabalho no Brasil, até 30 de novembro de 2017, última data de
atualização dos dados, 43.696 trabalhadores foram resgatados no Brasil.
Agência Brasil