Quinta-feira, 24 de maio de 2018
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira
(23) que o partido está entrando com medidas judiciais para que o ex-presidente
Lula possa conceder entrevistas para emissoras de televisão como pré-candidato
à Presidência da Repúblico pelo partido. Segundo a senadora, a pré-campanha de
Lula será lançada oficialmente no próximo dia 9 de julho, em Belo Horizonte.
"Lula é pré-candidato e não tem nada que lhe retire os direitos de
pré-candidato. Não tem transito em julgado de sua sentença. Nessa fase, tem que
ser facultado a ele a participação de ele externar suas opiniões. Estamos
entrando com medida judicial pedindo que a juíza despache (o pedido de
participação em sabatina do SBT, Folha e UOL). Também estamos entrando com
medidas judiciais para que ele possa se manifestar publicamente, através de
vídeos, de entrevistas, de gravações como têm direito todos os demais
pré-candidatos", afirmou em entrevista coletiva
Nesta quarta-feira, Gleisi representou Lula na XXI Marcha a Brasília em
Defesa dos Municípios, realizada nesta na capital federal. A Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), que organiza o encontro, abriu espaço para que
todos os pré-candidatos à Presidência participassem da marcha desde
terça-feira, e estendeu a mesma oportunidade ao petista, que enviou a
presidente do PT para ler uma carta em seu lugar.
A presidente da sigla disse também que neste domingo, dia 27, o partido
fará um "esquenta", espécie de mobilização nacional, com um manifesto
no qual reafirmará a candidatura do petista. "Nesse domingo dia 27 fazemos
uma ação em todo o Brasil com os PTs municipais para entregar um manifesto
sobre a situação do Lula e as questões do Brasil e para reafirmar a candidatura
do Lula. É um esquenta, uma mobilização nacional", explicou. "No dia
9 de julho vamos lançar a pré-candidatura nacionalmente. Vai ser em Belo
Horizonte, acertamos hoje com os governadores. O plano de governo vai ser
finalizado e aprovado no dia 28 de julho, na convenção nacional do PT",
disse.
Gleisi disse ainda que o partido já está discutindo o nome de um
provável vice para a chapa de Lula e elogiou o empresário Josué Alencar (PR),
disputar por partidos de centro. "Vamos abrir a discussão do vice com a
base aliada. Queremos fazer composição, queremos um vice para o presidente Lula
de outro partido. Se for possível até a convenção finalizarmos a chapa. Se não
for, finalizaremos na data do registro de candidatura", disse.
A presidente petista também citou o caso do senador tucano Cássio Cunha
Lima (PSDB-PB), quando questionada sobre como Lula iria fazer uma campanha
presidencial mesmo correndo o risco de ficar inelegível. "Se impedissem o
Lula, seria a primeira vez que isso aconteceria desde os anos 2000, da Lei da
Ficha Limpa. Temos exemplos de políticos que disputaram com registro suspenso e
levantaram sua inelegibilidade antes da diplomação", disse ao lembrar Cunha
Lima.
"No Paraná, temos exemplos de prefeitos que fizeram a disputa
presos. Seria uma violência contra o Lula, a primeira da Justiça Eleitoral. A
inelegibilidade é momentânea e pode ser levantada até a diplomação. Os acordos
que vamos fazer é programático. Os outros partidos conhecem essa
realidade", explicou.
Por Diário de Pernambuco / AE