Quarta-feira, 23 de maio de 2018
Pré-candidato do MDB à
Presidência, Henrique Meirelles, ao lado do presidente Michel Temer durante
cerimônia em Brasília 27/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters
O presidente Michel Temer anunciou nesta terça-feira, em evento
do MDB, a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à
Presidência e manifestou o desejo que ele venha a ser o único candidato do
chamado centro político na eleição de outubro.
O anúncio ocorreu
em evento do MDB para a divulgação de um documento com as diretrizes para eventual
próximo governo, o "Encontro com o Futuro".
Na ocasião, Temer
disse não estar apenas "enaltecendo" a figura do candidato da
legenda, mas apresentando seu projeto de governo.
Desistência
Temer já vinha
dando indicações de que teria desistido da ideia de se apresentar como
candidato, mas, apesar da pressão da bancada parlamentar do MDB, que queria uma
solução rápida para a questão, parte de seu círculo mais próximo ainda queria
que o presidente esperasse para tomar uma decisão.
De acordo com uma
segunda fonte ouvida pela Reuters, havia uma esperança de que a campanha pela
comemoração dos dois anos de governo trouxesse algum fôlego a Temer nas
pesquisas eleitorais.
Nas pesquisas
eleitorais mais recentes, Temer aparece com no máximo 2 por cento das intenções
de voto. Meirelles tem 1 por cento, mas rejeição menor que a do presidente.
Segundo levantamento Datafolha de abril, 64 por cento dos eleitores não
votariam em Temer de jeito nenhum, enquanto a rejeição ao ex-ministro é de 17 por
cento.
Apesar da baixa
intenção de voto nas pesquisas, Meirelles vem afirmando que o potencial de
crescimento de sua candidatura é "enorme", porque, de acordo com o
ex-ministro, ele é pouco conhecido e, entre os que o conhecem, seu percentual
de voto é "muito alto".
Nas últimas semanas
o presidente passou a levar Meirelles para eventos públicos, como cerimônia de
entrega de residências populares, e fez elogios públicos ao ex-ministro, dando
a indicação de que ele seria o candidato presidencial do MDB.
Meirelles se filiou
ao partido no início de abril, deixando o comando do Ministério da Fazenda, com
a expectativa de se lançar como concorrente ao Planalto. O ex-ministro vinha
aguardando a decisão de Temer sobre concorrer ou não, reconhecendo que o
presidente tinha prioridade.
Em entrevista
recente à Reuters, o ex-ministro apontou que aposta na economia como solução
para os problemas do Brasil, inclusive a radicalização que divide o país, e que
se vê como um candidato que pode conversar com todos os lados, da direita à
esquerda.
Terra