Quinta-feira, 09 de agosto de 2018
O
Exército Brasileiro instaurou um procedimento administrativo para investigar a
origem dos explosivos, das munições e das armas apreendidas com criminosos e
apresentadas nessa terça-feira (7) pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da
Polícia Civil da Paraíba. O arsenal, que inclui um fuzil americano com
capacidade de destruir até uma aeronave, foi encontrado com quatro homens
presos após assaltar um carro forte, na última segunda-feira, na região
metropolitana de João Pessoa.
O
objetivo dos militares é descobrir a origem e os possíveis responsáveis pelo
extravio dos explosivos, que só podem ser usados por empresas cadastradas. Ao
final das investigações, os militares irão acionar a Justiça.
Na
manhã desta quarta-feira (8), o 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, ( 15º
BIMtz), instalado no bairro de Cruz das Armas, em João Pessoa, encaminhou à
sede do GOE dois oficiais para iniciarem os trabalhos de análise nos
explosivos. O tenente Sidney Teixeira e o sargento Geisel Carvalho são
integrantes da seção de Fiscalização e de Serviços Controlados do 15º BIMtz.
Eles explicaram que o material apreendido pela polícia passará por uma análise
de rastreamento, com o objetivo de descobrir de qual local eles foram
retirados.
De
acordo com o tenente Sidney Teixeira, que é o chefe da Seção de Fiscalização e
de Serviços Controlados do 15º BIMtz, o uso dos explosivos é monitorado pelo
Exército e apenas empresas cadastradas e acompanhadas pelos militares são
autorizadas a utilizar o material. Ele alertou que uso indevido de
explosivos é crime com pena de prisão. Além de investigar os explosivos,
os militares também farão uma análise nas munições e armas apreendidas.
“Iremos
fazer um rastreamento para descobrir a origem desse material. Toda munição
possui uma numeração que indica lote e data de fabricação. Vamos entrar em
contato com as fábricas para determinar a origem”, afirmou o tenente Teixeira.
As
apreensões ocorreram na segunda-feira (6), após quatro homens assaltarem um
carro forte, na estrada que dá acesso ao município de Cruz do Espírito Santo
(PB). O grupo usou explosivos para destruir um carro forte, mas não conseguiu
levar o dinheiro que havia no veículo, graças a um dispositivo que protege as
cédulas. Em seguida, os assaltantes roubaram um veículo e fugiram para uma
granja. Como o carro possuía um rastreador, a polícia conseguiu localizar os
criminosos e houve confronto. Após troca de tiros e negociação, os homens se
renderam e seguem presos em penitenciária de João Pessoa.
Com
os criminosos, foram encontrados pistolas, fuzis, artefatos explosivos e
coletes balísticos e cerca de 1.800 munições intactas, além daquelas que
foram deflagradas durante a troca de tiros com a polícia. Todos os armamentos
são de fabricação estrangeira e de uso restrito das Forças Armadas. O que mais
chamou a atenção dos agentes de segurança foi um fuzil de calibre 50, de
fabricação americana, com alto poder de destruição. Ele tem capacidade de
alcançar um alvo a 4.500 metros de distância e pode destruir a fuselagem de uma
aeronave. O equipamento é considerado uma arma de guerra pelos militares. “Nós
iremos também analisar esse armamento, que, em hipótese alguma, pode ser usado
em área urbana. É uma arma de guerra”, afirmou o tenente.
A
delegada do GOE, Karina Alencar, disse que os presos fazem parte de uma
quadrilha que já vem sendo investigada por polícias de vários estados e Polícia
Federal, por prática de roubos a carro-forte. Os presos foram
identificados como Livaci Muniz da Silva ( mais conhecido como Galeguinho), de
34 anos; Romário Gomes Silveira, de 29 anos; Antonio Arcênio de Andrade Neto,
de 28 anos; e Vanilson Pereira de Macedo, de 32 anos.
A
delegada afirmou que ainda serão feitas novas diligências para concluir o
inquérito, cujo prazo para ser encerrado é de 10 dias. Ela acrescentou que todo
o material apreendido será colocado à disposição da Justiça após o término das
investigações.
Secom-PB