Segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Primeiro front
Entidades que representam a magistratura e o Ministério Públicopreparam um dossiê contra a
reforma da Previdência. O material vai elencar pontos da proposta de Jair
Bolsonaro que esse grupo considera inconstitucionais. A ideia é entregá-lo a
todos os deputados assim que a medida começar a tramitar na Comissão de
Constituição e Justiça, palco do embate inaugural entre os aliados do governo e
a oposição. O passo seguinte é apresentar sugestões de emendas a serem
adotadas.
Água morro
acima
Integrantes do PSL, partido do
presidente, começaram a colocar na ponta do lápis quantos votos a proposta de
Bolsonaro teria hoje. Terminaram a conta alarmados. Há preocupação até com a votação na CCJ, prevista
por eles para março.
A seco
O temor de uma batalha dura já na comissão é
reforçado pela projeção de que a primeira leva de emendas parlamentares só será
liberada em abril.
Não
tão fácil
A cúpula do Congresso alerta que o
governo erra ao pensar que dirigentes partidários vão negociar com o Planalto
de olho apenas nos cargos da administração. O alto clero quer um acordo de
médio prazo, com foco nas eleições de 2020.
Dividir o pão
Esses dirigentes dizem que a aprovação de mudanças
nas aposentadorias vai dar fôlego para o governo investir —e querem ter certeza
de que os frutos da folga orçamentária não serão repartidos só com quadros do PSL.
Dividir o pão 2
Os partidos vão buscar garantias de que o capital
que será liberado pela reforma será usado para despejar obras e eleger
prefeitos em bases prioritárias.
Com civilidade
O senador Cid Gomes (PDT-CE), um dos líderes da
oposição, diz que seu partido quer “atuar por dentro”, dialogando com aliados
de Bolsonaro, para “conter danos” na reforma, especialmente sobre os mais
pobres.
Nós contra eles 2.0
A defesa de uma atitude mais propositiva ocorre no
momento em que a esquerda tenta reunificar sua atuação. “Não queremos só jogar pedra. Se
o PT quiser se somar nessa posição, seremos aliados. Mas se insinuar que ela é
compatível com a da base, vai provocar nossa repulsa”, diz Cid.
Mayday
Os advogados do ex-presidente Lula entregaram na
quinta-feira (21) a última manifestação do petista ao Comitê de Direitos
Humanos da ONU. O processo agora está pronto para julgamento. A expectativa é a
de que o caso seja incluído na pauta do colegiado do mês de março.
Mayday 2
A defesa rebateu alegações do governo brasileiro ao organismo
internacional. O petista afirma que, ao aceitar o convite de Jair Bolsonaro
para comandar o Ministério da Justiça, Sergio Moro pôs em dúvida a afirmação do Brasil de
que, quando juiz, agiu com isenção.
Mayday 3
Os advogados de Lula também dizem que o
ex-presidente foi tratado com “cruel mesquinhez” pelo Estado e listam sentenças
que negaram pedidos para ele sair temporariamente da prisão, como para velar o irmão Vavá no fim de janeiro. Dezoito juízes de
diferentes nacionalidades vão analisar o caso.
Sem partilha
Secretário Nacional de Segurança Pública, o general Guilherme Theophilo disse em ao menos duas reuniões que
transformar a Força Nacional em uma guarda independente, com efetivo próprio, é
uma de suas prioridades. Hoje, o efetivo é composto por policiais ou bombeiros
cedidos pelos estados.
Tudo num lugar
só
A ideia de Theophilo é transformar a
Força em um grupo com profissionais de segurança contratados exclusivamente
para atuar nela. Outra meta já confidenciada pelo general a auxiliares é a
criação de uma academia de polícia que concentre todos os cursos oferecidos nos
estados.
Já vi isso
antes
Ambas as medidas elencadas por Theophilo
constavam no plano de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência.
Fonte: Folha