Sábado, 16 de março de 2019
Ataques
a tiros simultâneos contra duas mesquitas na cidade de Christchurch, na ilha
sul da Nova Zelândia, deixaram 49 mortos e 48 feridos nesta sexta-feira (15),
informou a primeira-ministra Jacinda Ardern. As autoridades ainda não
divulgaram as identidades das vítimas e dos assassinos.
Quatro pessoas envolvidas nos ataques foram detidas: três homens
(um deles seria australiano) e uma mulher. A polícia local informou, porém, que
não está descartada a hipótese de que outros criminosos estejam envolvidos e
foragidos. Nenhum dos suspeitos sob custódia estava em listas de observação por
parte da polícia.
Os alvos dos
ataques contra a comunidade muçulmana foram as mesquitas de Masjid Al Noor, ao
lado do Parque Hagley, e de Linwood, que estava lotada com mais de 300 pessoas,
reunidas para as tradicionais orações do meio dia de sexta-feira.
Dos 49
mortos, 48 morreram no local e apenas um chegou a ser socorrido com vida, mas não
resistiu. Entre os feridos, há crianças e adultos. O governo informou que 12
dos feridos estão em estado grave e precisaram passar por cirurgias.
A
primeira-ministra australiana, Jacinda Ardern, definiu o ataque como "um
ato de violência sem precedentes na Nova Zelândia" e que esse é "um
dos dias mais sombrios e sangrentos da história do país". "Esse tipo
de violência não tem lugar na Nova Zelândia".
A dinâmica
dos atiradores ainda não está clara. Porém, o primeiro relato de ataque foi na
mesquita de Al-Noor, na região central da cidade. Um homem com um rifle
automático invadiu o prédio dez minutos após o início das orações, que
começaram às 13h30 desta sexta-feira (por volta das 22h30 no horário de
Brasília).
Com uma
câmera instalada em um capacete, o criminoso conseguiu transmitir o massacre,
ao vivo, pelo Facebook. O vídeo mostra ele atirando indiscriminadamente contra
homens mulheres e crianças enquanto caminhava.
Ahmad
Al-Mahmoud, de 37 anos, que rezava quando os disparos começaram, disse ao site
Stuff que ele e outros fiéis quebraram vidros de janelas da mesquita para
conseguirem escapar.
Segundo
testemunhas, o atirador usava capacete, óculos e um casaco em estilo militar.
Ele foi descrito como branco, loiro, magro e de baixa estatura.
O criminoso
teria divulgado, antes de começar o ataque, um vídeo em que se identificava
como um australiano de 28 anos, defensor da ideologia de extrema-direita e
anti-imigração. As contas dele Facebook e no Instagram foram removidas. O
Facebook afirmou que estava trabalhando para remover as cópias do vídeo.
Christchurch
é a capital da região de Canterbury, na ilha sul da Nova Zelândia. É a 3ª maior
cidade do país, com mais de 370 mil habitantes.
Após os
ataques
Depois dos
ataques, os policiais também esvaziaram a Cathedral Square, onde um grupo de
estudantes realizava uma manifestação pedindo ações contra o aquecimento
global.
As pessoas
que moram e trabalham na região foram orientadas a permanecer dentro dos
prédios e não circular pelas ruas.
Todas as
escolas de Christchurch foram fechadas e os pais de cerca de 750 alunos, entre
crianças e adolescentes, receberam mensagens avisando que seus filhos estavam
em segurança. Várias estradas da cidade foram fechadas e seguem em
monitoramento. A polícia orientou para que todas as mesquitas do país
fechassem suas portas até novo aviso.
Fonte: G1