Terça-feira, 05 de março de 2019
O médico e ex-deputado federal e
estadual Pedro Lucena morreu nesta segunda-feira (04), em Natal, aos 97 anos.
Ele estava doente deste dezembro de 2017 com problemas renais e respiratórios,
com várias idas ao hospital durante esse período. Faleceu dormindo devido ao
quadro gravemente debilitado.
O velório ocorre a partir das 16h do
dia 04, e segue até às 8h30 da manhã do dia 05, no Centro de Velório Vila
Flor, Capela Central (Av. Xavier da Silveira, 1743, Morro Branco). O enterro
será às 9h desta terça-feira, 05, no Cemitério Parque de Nova Descoberta, Rua
da Saudade.
O ex-deputado era viúvo, deixa cinco
filhos, treze netos e nove bisnetos. Foi casado com Maria das Neves Andrade de
Lucena, Dona Nevinha, que teve uma atuação marcante na política do RN, como a
primeira mulher suplente no Senado do Brasil.
Biografia
Nascido em Pirpirituba (PB), em 23 de
outubro de 1921, Dr. Pedro Lucena mora na capital potiguar desde a década de
50. Foi deputado estadual por duas legislaturas, de 1963 a 1970 e deputado
federal por três, de 1971 a 1982.
Aos dezessete anos, por iniciativa
própria, ingressou na Marinha como aprendiz de Marinheiro. Quando estourou a
Segunda Guerra Mundial, tinha apenas dezoito anos, e já como Marinheiro,
participou dela desde seu início até o final. Na Marinha, ocupou várias funções
como combatente, entre elas: telemetrista, artilheiro e chefe de canhão,
telefonista de combate, rádio telegrafista.
Na Câmara Federal ocupou o cargo de
Presidente da Comissão de Saúde e Suplente da Comissão de Serviço Público. A
imprensa nacional citou-o várias vezes como um dos melhores parlamentares da
Câmara Federal. Foi o autor de diversos projetos, destacando-se entre eles o
projeto contra o fumo, com o livreto "Os perigos do fumo". Foi,
ainda, autor dos projetos da participação da mulher nas Forças Armadas e
arborização intensa das cidades com árvores frutíferas.
Antes de entrar para a política foi na
medicina que ele encontrou sua paixão. Formou-se pela Universidade Federal de
Pernambuco e foi médico dos correios e telégrafos. Também foi um dos pioneiros
do corpo docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Como médico, escreveu seu primeiro
livro "A Medicina e a Bíblia" com cinco mil exemplares vendidos na
primeira edição. Foi na capital potiguar que ele conseguiu popularidade na
medicina e era conhecido como médico da pobreza. Nos últimos anos do curso de
Medicina, foi convidado por seu professor, o renomado dermatologista Jorge
Lobo, para fazer estágio em seu consultório, convidando-o também para trabalhar
com ele como professor assistente de dermatologia na Universidade Federal de
Pernambuco. Foi também designado pelo então governador Dinarte Mariz como
chefe do Serviço de Lepra, que funcionava no antigo Posto de Saúde da Junqueira
Ayres.
Ainda trabalhando no Serviço de Lepra,
foi convidado pelo reitor Onofre Lopes para ser professor de dermatologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tornando-se, assim, parte
do quadro docente de seus fundadores.
Adquiriu o primeiro aparelho de radioterapia
em consultório em Natal, tendo desta forma a oportunidade de curar muitas
pessoas de câncer de pele e várias dermatoses.
Foi convidado pelo então presidente dos
Estados Unidos, Gerald Ford, para participar do Encontro Internacional do
Movimento de Liderança Cristã do qual era membro, sendo recepcionado por ele
com um café da manhã.
Recebeu convite do embaixador da
República Federal da Alemanha, para uma visita neste país, ao Ministério da
Juventude, Família e Saúde da República Federal da Alemanha.
Também foi convidado pelo Governo da
China, onde visitou muitas indústrias e instituições educacionais em várias
províncias.
Desde sua juventude, destacou-se como
um cristão autêntico e um estudioso assíduo da Palavra de Deus, o que veio a
culminar com a publicação do livro "A Medicina e a Bíblia" e no
desempenho como palestrante cristão-ecumênico, pautado na Palavra de Deus e na
Medicina.
Em setembro de 2015, lançou seu último
livro contendo sua autobiografia: "Eu, Pedro Lucena – O homem é o que quer
ser".
Fonte: Assessoria